O presidente do PS e secretário-geral interino considerou esta quarta-feira que atingir a meta dos 2% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor da defesa é “um objetivo muito difícil”. Contudo, “é muito importante que o Estado português mostre junto da NATO e junto dos nossos parceiros externos que está a fazer esse esforço e que essa é uma questão de grande urgência”, disse Carlos César, à saída da reunião com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, para preparar a cimeira da próxima semana, em Haia.
Ao lado do candidato único a líder dos socialistas, César sublinhou que a “confluência” entre PSD e PS na área da defesa nacional tem sido “manifesta” ao longo dos anos de democracia.
“A cimeira ocorre num momento em que a NATO enfrenta uma crise significativa, em que a política dos EUA sofre alterações no que diz respeito ao seu contributo para a segurança europeia e em que urge aumentar o investimento na área militar”, começou por enquadrar o presidente do PS, concordando que “esse esforço deve ser feito também pelo nosso país”.
“Compreendemos que, face à emergência com que nos estamos a confrontar no espaço europeu, é importante que já no ano de 2025, o Governo possa fazer um esforço de se aproximar dos 2% do PIB de despesa na área da defesa nacional”, salientou César, recordando que essa meta dos 2% já foi aprovada numa cimeira da NATO há mais de uma década. “Na cimeira de 2018, os EUA já faziam pressão para que houvesse um aumento da despesa militar de 2 para 4%”, lembrou.
Mas Portugal “esteve ao longo da última década” a concentrar-se num esforço de “reequilíbrio das nossas finanças públicas que prejudicou o investimento na área da defesa” e não só. Reequilibradas as contas públicas, “é agora altura de fazer um novo esforço no contributo em matéria de defesa nacional”.
O aumento do esforço para lá dos 2% como se propõe na NATO, também disse César, não é “compatível com a realidade orçamental portuguesa”. “Mas uma coisa é certa: o país deve estar alinhado com a necessidade de reforçar o investimento na área da defesa e na área da segurança e deve também estar empenhado na conceção desse investimento”.
Antes desta reunião com PS, em São Bento, Luís Montenegro garantiu que o reforço do investimento em defesa não afetará “o equilíbrio das contas públicas” nem as despesas sociais.
“Já tive ocasião de dizer que este ano vamos acomodar com verbas do Orçamento do Estado e que não será necessário um Orçamento Retificativo, para futuro ver-se-á nos próximos orçamentos”, disse o primeiro-ministro, que vai assumir o compromisso dos 2% do PIB em defesa na cimeira em Haia, na próxima semana.
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