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Deputado do PCP diz que realizar Festa do Avante em tempo de pandemia é “ato de coragem” e “não de irresponsabilidade”

O parlamentar comunista António Filipe garante que o PCP tem estado em contacto com a Direção Geral de Saúde (DGS) para que “nada seja descurado” e quem pensar que o PCP quer realizar a Festa do Avante por razões financeiras “conhece muito mal o PCP”. 
  • Tiago Petinga/LUSA
9 Agosto 2020, 13h08

O deputado do Partido Comunista (PCP) António Filipe defendeu este domingo que a realização da Festa do Avante é um “ato de coragem” e “não de irresponsabilidade”. O parlamentar comunista garante que o PCP tem estado em contacto com a Direção Geral de Saúde (DGS) para que “nada seja descurado” e diz que quem pensar que o PCP quer realizar a Festa do Avante por razões financeiras “conhece muito mal o PCP”.

“Quem conhece a Festa [do Avante] sabe que ela não se põe de pé em dois dias nem sequer num mês e assumir avançar sabendo que teriam de ser tomadas medidas sem precedentes foi um ato de coragem mas não de irresponsabilidade”, escreve António Filipe, na sua página oficial do Facebook.

O deputado do PCP garante que “as preocupações de segurança sanitária nunca estiveram ausentes da ponderação sobre a realização da Festa” do Avante, que marca anualmente a rentrée política comunista, e diz que “basta verificar que as iniciativas realizadas pelo PCP têm tido esse cuidado”, como comícios ou sessões públicas. “Ao contrário de outras manifestações e ajuntamentos que não vejo a comunicação social de serviço criticar”, refere.

António Filipe nota que é “público” que o PCP tem estado em contacto com a DGS para que sejam garantidas as devidas condições de segurança e proteção dos participantes na Festa do Avante, tal como o subdiretor-geral da Saúde, Rui Portugal, já veio dizer em conferência de imprensa. Sublinha ainda que “não é verdade que os festivais estejam proibidos”.

“Eles podem ser feitos desde que sejam cumpridas as regras impostas pela DG. Que os promotores não queiram assumir essa responsabilidade é problema deles. Não venham é acusar o PCP de querer exceções. Até por que, como é notório, há festivais a serem realizados”, indica, referindo-se ao diploma promulgado no final de maio que proíbe os festivais de verão até 30 de setembro, mas abre uma exceção para festivais de “iniciativa política, religiosa, social”.

António Filipe escreve ainda que “o PCP nunca disse que ia ter 100.000 pessoas” na Festa do Avante, mas que “a área disponível permite acolher esse número de pessoas em segurança”. “É bem diferente”, afiança.

Assegura ainda que “quem pensar que o PCP quer realizar a Festa [do Avante] por razões financeiras conhece muito mal o PCP”. De acordo com as contas reveladas pelo partido liderado por Jerónimo de Sousa, no ano passado, a Festa do Avante teve um saldo negativo de 564 mil euros, incorporando “o investimento no terreno para a melhoria do acolhimento ao visitante”, apesar de ser a principal forma de angariamento de receitas do partido.

“Há quem diga que o PCP vai pagar caro por realizar a Festa. Pois vai. Mas não é por ser este ano. É por realizar a Festa todos os anos. É por existir e defender os direitos dos trabalhadores. O PCP paga sempre muito caro o facto de existir e de não desistir de existir e ser o que é. Compete-nos a nós, comunistas e outros democratas, não alimentar o coro desses credores”, conclui o deputado comunista.

A Festa do Avante tem data marcada para os dias 4, 5 e 6 de setembro, na Quinta da Atalaia, no concelho do Seixal, e vai contar com medidas de segurança sanitárias apertadas.

https://www.facebook.com/antonio.filipe.7549/posts/4199432656765376

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