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Derrapagem no Orçamento do Estado é de 13 mil milhões de euros, afirma Mário Centeno

“Não há nenhum cansaço” do trabalho governamental disse ainda o ministro das Finanças, em entrevista à “Antena 1”, depois de afirmar que a economia pode ter caído, em termos homólogos, 25% nos últimos dias de março e os primeiros de abril por causa da pandemia.
  • Cristina Bernardo
5 Junho 2020, 11h39

O ministro das Finanças afirmou esta sexta-feira que a economia portuguesa pode ter caído, em termos homólogos, 25% nos últimos dias de março/primeiros de abril por causa da pandemia e estimou uma derrapagem de 13 mil milhões de euros nas contas públicas nacionais.

“Isto não aconteceu na nossa memória recente nunca em Portugal (…). Devemos ter uma diferença, digamos assim, de necessidades de financiamento face àquilo que tínhamos projetado no início do ano para 2020, próxima dos 13 mil milhões de euros. Treze mil milhões de euros para financiar no mercado”, referiu, em entrevista à “Antena 1”.

O montante deverá estar inscrito no Orçamento Suplementar que vai ser aprovado em Conselho de Ministros já no início da próxima semana. Em relação ao défice, resultante destas despesas para combater a crise causada pelo novo coronavírus, Mário Centeno prevê uma subida para mais 6 ou 7% do Produto Interno Bruto (PIB).

Questionado sobre os contactos com o conselheiro Carlos Santos Silva, que foi convidado a assessorar o Governo na elaboração do plano de retoma económica, o ministro das Finanças admitiu que “nunca” falou com ele na vida.

“Só lhe estou a dizer o que lhe posso dizer sobre esse tema, mas não estou muito preocupado com isso – devo-lhe confessar. O Governo tomou posse há muito pouco tempo, tem um programa de Governo no qual todos estamos muito focados. O Programa de Recuperação é um instrumento que permite colmatar brechas no investimento, no rendimento, provocadas por esta crise. Não tenhamos o desejo de, com o Programa de Recuperação criar uma economia nova, um mundo novo, um homem novo. Isso não existe”, explicou, em declarações à rádio.

Sem comentar uma eventual saída do Governo para assumir a função de governador do Banco de Portugal, o responsável pela pasta das Finanças adiantou apenas que “não há nenhum cansaço” do trabalho governamental.

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