De acordo com um artigo publicado pelo INSEAD, The Gift of a Global Cosmopolitan Mindset,  as pessoas que vivem em outros países aumentam a sua capacidade de flexibilidade e estão mais abertas a mudanças, assim como a aprender a viver situações mais complexas.

Os motivos porque decidimos sair de Portugal podem ser distintos, mas os desafios e as oportunidades com as quais nos deparamos parecem ser comuns aos “expatriados”.

O objectivo deste artigo é poder partilhar algumas das oportunidades de crescimento, e também alguns desafios com os quais nos deparamos quando chegamos a outro país.

Oportunidades:

Desenvolvemos a nossa capacidade de adaptação a situações complexas e novos desafios: Como referia o artigo, as pessoas que vivem em outros países aumentam a sua capacidade de flexibilidade. Esta capacidade permite-nos estar mais adaptado ao mundo em que vivemos, e que se caracterizou de VUCA world ( Vision, Understanding, Courage, Adaptability), no qual “the change is the new normal” e as regras e práticas antigas muitas vezes já não se aplicam.

Desenvolvemos a nossa mentalidade criativa: em geral as pessoas que vivem num mundo global são mais curiosas, fazem menos julgamentos e são mais tolerantes. E estas são características que levam a uma mentalidade mais criativa. A vida internacional tem todas as bases para sermos mais criativos, na hora de procurar novas soluções.

New networking: a rede que contactos que tínhamos no nosso país, por um lado fica em Portugal, e existe a necessidade de iniciar a nossa networking neste novo país. A rede de Portugal é muitas vezes a base para começarmos a estabelecer novos contactos (“quem conhece alguém que esteja viver a no nosso novo país?”), assim como as redes sociais.

Desafios: Mas claro que também existem desafios e temos que estar preparados para eles, para que a experiência internacional seja positiva desde o primeiro momento.

Burocracia: Dependendo do país a parte burocrática pode ser mais ou menos desafiadora. Desde a procura de casa, passando pela documentação necessária para viver/ trabalhar até conseguirmos abrir uma conta bancária. Muitas vezes deparamo-nos com situações em que para conseguirmos o documento A, precisávamos antes ter adquirido o documento B, e para o documento B precisávamos ter marcado com 3 meses de antecedência.

Para que a experiência seja positiva desde o primeiro dia, é importante ter uma checklist completa das actividades que temos que executar antes, durante a mudança e nos primeiros meses. Existem vários sites que nos ajudam a  identificar quais os documentos que deveremos ter em cada país, como por exemplo os sites do International Citizen  e da European Union, e também a ajuda da nossa rede social.

Em alguns países, como por exemplo o Brasil, em que os processos são difíceis de compreender, muitas vezes teremos mesmo que recorrer a empresas.

Potencial resistência dos filhos e/ou dos companheiros (esposa/ esposo):

No caso dos filhos depende das idades, mas seja qual for, a sua capacidade de adaptação é enorme e muita vezes maior do que tínhamos previsto.

Mas não nos podemos esquecer de todos os que partem connosco nesta aventura, o nosso marido/ mulher, que em alguns casos vão sem trabalho e é importante também ter um plano e/ou uma rede de contactos, que permita que se mantenham activos e integrados nesse novo país.

Não há países ideais. Haverá sempre desafios e choques culturais, mas as oportunidades e o conhecimento que vamos adquirir a nível pessoal e profissional, irão seguramente compensar entrar na aventura de viver/ trabalhar num outro país.