Num estudo desenvolvido pela EY sobre os principais indicadores financeiros das maiores farmacêuticas, destaca-se em 2019 uma evolução positiva face aos anos anteriores (no top21 as vendas cresceram 12,3%, as despesas em I&D cresceram 14,6%, o EBIT cresceu 11,9%), com particular enfoque nas áreas da oncologia e da imunologia, seguidas da cardiovascular e das doenças metabólicas. Também é dada nota sobre o esforço de investimento na procura de uma vacina para o vírus SARS-Cov2 causador da doença Covid-19. Em 10 de junho passado, eram 161 os candidatos à descoberta de uma vacina e cerca de 242 medicamentos em pipeline (182 nas fases II ou III e, por conseguinte, próximos de uma aprovação). Espera-se para o final deste ano a chegada ao mercado de alguns destes medicamentos.

Neste esforço, a EY apoiou pro-bono o programa de vacinação da Johnson & Johnson, que assumiu o compromisso de distribuir um bilião de vacinas em 2021, a preço de custo.

No final do passado mês de maio, dentro deste contexto único de pandemia, a EY promoveu nos EUA um debate em modo virtual com CFO de várias organizações do sector. Não foi surpresa constatar que as metodologias tradicionais de orçamentação e previsão não são suficientes neste cenário, bem pelo contrário, dá-se preferência às análises de sensibilidade e à modelação de cenários de melhor-médio-pior. Há medida que as restrições se vão levantando e se entra neste “novo normal”, revela-se de vital importância compreender os consumidores (ansiosos, relutantes, com alterações de comportamento e de padrões de consumo), assim como identificar oportunidades de redução de custos e apostar nas parcerias.

De facto, no seguimento de um inquérito da EY a nível global a várias empresas da área da saúde, cerca de 53% das inquiridas referem que os desafios crescentes no ambiente regulatório e nos processos de reembolso estão entre as principais razões para o desinvestimento. Situação com maior incidência no Reino Unido, mas também em vários outros países europeus, onde o enfoque dos pagadores está na intensificação de estudos sobre custo/eficácia de novos produtos e na limitação do acesso de pacientes a terapias mais caras.

É certo que esta pandemia irá continuar a testar a resiliência das várias organizações do sector, o mesmo sucedendo aos sistemas de saúde e em particular aos profissionais de saúde, doentes, respetivas famílias e amigos. Inevitavelmente vêm ao de cima as disparidades no acesso à saúde entre regiões e entre grupos sociais.

Num dos últimos episódios da CNBC “Business Interrupted: Technology and Health Equity”, Yele Aluko e Ododo Enabulele abordaram os problemas das disparidades na área da saúde relativa à demografia racial, mas também apontaram soluções, designadamente como as empresas podem contribuir para uma maior equidade na saúde através do uso da tecnologia. “Health equity is an aspirational situation where we expect that each person in society would be able to achieve their full life potential and there would be no disparities,” afirma o Dr. Yele Aluko, EY Americas Health Advisory Chief Medical Officer.