Wall Street pode continuar na direção de novos máximos, no verão, se as grandes tecnológicas mantiverem os bons resultados, no segundo trimestre. Nesse particular esta semana será decisiva com a Alphabet (proprietária da Google) e a Tesla a reportarem contas. “Se os resultados forem fortes esperamos novos máximos. Se não, esperamos turbulência. Mas de qualquer maneira esta deve ser a semana em que a direção é decidida”, alerta o CEO da consultora financeira, DeVere Group, Nigel Green.
“Depois dos máximos históricos do S&P 500 e do Nasdaq na segunda-feira, impulsionados pela força da Alphabet, da Amazon e de outras megacaps tecnológicas, os mercados estão no fio da navalha, aguardando a confirmação de que as avaliações muito elevadas são apoiadas por resultados reais”, salienta a consultora na área das finanças.
“Se os lucros se aguentarem, especialmente dos maiores nomes da indústria, o rally tem pernas para andar. Se falharem, podemos assistir a um hard reset“, antecipa o CEO da DeVere Group, Nigel Green.
O DeVere Group adianta que com o índice bolsista norte-americano, S&P 500, a apresentar um desempenho forte, em 2025, e a transacionar acima das suas médias de longo prazo, a “pressão está agora” a incidir diretamente sobre as sete magníficas (Amazon, Alphabet, Meta, Microsoft, Tesla, Nvidia, Apple) para justificar a confiança do mercado.
“Os investidores estão a apostar nas tecnológicas para assumirem novamente a liderança. A fasquia está elevada e os riscos são ainda maiores. A Alphabet e a Tesla não reportam apenas esta semana: elas devem definir o tom para o resto do mercado”, antecipa Nigel Green.
O DeVere Group salienta que nesta época de resultados, referente ao segundo trimestre, 86% das empresas do S&P 500 que já reportaram resultados conseguiram bater as expetativas. “Mas com a concentração em megacaps no nível mais elevado de sempre, resultados que sejam desapontantes por parte de uma ou de duas empresas podem fazer “descarrilhar” o momentum.
“Não existe margem para erro. Estas ações são extremamente dominantes. Se elas tropeçarem o restante índice vai sentir. A Alphabet é ainda a referência para a infraestrutura digital e para a inteligência artificial. A Tesla é diferente. É volátil por natureza. Mas aquilo que Elon Musk [criador da Tesla] está a construir à volta da autonomia e da robótica tem o potencial de fazer um reset na narrativa, se correr bem”, salienta o CEO do DeVere Group.
O DeVere Group diz ainda que apesar do ambiente macroeconómico marcado por volatilidade nas tarifas, eleições, e especulação sobre as taxas de juro continuar a marcar os mercados, tais fatores não estão a impedir a valorização desses mesmos mercados.
“Wall Street está a ignorar o barulho. Este é um mercado dirigido por micro data: lucros, inovação, execução. É por isso que esta semana tem muita importância”, reforça Nigel Green.
O CEO do DeVere Group salienta também que atualmente o S&P 500 está a transacionar a um nível premium, no que diz respeito a avaliações. “Atualmente o S&P 500 transaciona com um forward P/E de 22 (forward price/earnings), comparado com a média a 10 anos que se situa em 18,4. Esse premium só pode ser defendido por uma performance acima do normal”, referiu Nigel Green.
“Estamos a pagar mais por ações porque se acredita naquilo que vem a seguir. Essa crença tem de ser validada, a começar esta semana”, salientou o CEO do DeVere Group.
O DeVere Group salientou que as estimativas apontam para que as grandes tecnológicas liderem a maior parte do crescimento ao nível dos lucros (earnings), no segundo trimestre. “14,4% para as sete magníficas contra 3,4% do restante do índice”, salienta a empresa.
“É um mercado a duas velocidades. Se as tecnológicas liderarem o S&P 500 ganha. Se vacilarem não existem outra empresa suficientemente grande para compensar as perdas”, alerta Nigel Green.
O DeVere Group salienta que apesar de sectores como o financeiro e o da saúde estarem a ter resultados estáveis, estes setores não têm o peso e o momentum das grandes tecnológicas.
“As empresas tecnológicas não estão só a se superar. Estão a liderar o rally. É por isso que esta época de resultados não é apenas mais um checkpoint, é um referendo à liderança do mercado”, afirma Nigel Green.
“Se os resultados forem fortes esperamos novos máximos. Se não, esperamos turbulência. Mas de qualquer maneira esta deve ser a semana em que a direção é decidida. Estamos a observar o próximo capítulo deste bull market a ser escrito em tempo real”, reforça o CEO do DeVere Group.
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