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DeVere Group antecipa que resultados da Google e Tesla devem determinar direção do mercado em Wall Street

O DeVere Group considera que as grandes tecnológicas devem decidir a direção do mercados nos próximos tempos. Se estas apresentarem bons resultados, no segundo trimestre, podem carregar o mercado para novos máximos mas se os resultados desapontarem os tempos podem ser atribulados. Neste sentido esta semana deve ser decisiva com a apresentação de resultados da Alphabet (proprietária da Google) e da Tesla.
Wall Street IPO
A street sign for Wall Street hangs in front of the New York Stock Exchange May 8, 2013. REUTERS/Lucas Jackso
22 Julho 2025, 13h14

Wall Street pode continuar na direção de novos máximos, no verão, se as grandes tecnológicas mantiverem os bons resultados, no segundo trimestre. Nesse particular esta semana será decisiva com a Alphabet (proprietária da Google) e a Tesla a reportarem contas. “Se os resultados forem fortes esperamos novos máximos. Se não, esperamos turbulência. Mas de qualquer maneira esta deve ser a semana em que a direção é decidida”, alerta o CEO da consultora financeira, DeVere Group, Nigel Green.

“Depois dos máximos históricos do S&P 500 e do Nasdaq na segunda-feira, impulsionados pela força da Alphabet, da Amazon e de outras megacaps tecnológicas, os mercados estão no fio da navalha, aguardando a confirmação de que as avaliações muito elevadas são apoiadas por resultados reais”, salienta a consultora na área das finanças.

“Se os lucros se aguentarem, especialmente dos maiores nomes da indústria, o rally tem pernas para andar. Se falharem, podemos assistir a um hard reset“, antecipa o CEO da DeVere Group, Nigel Green.

O DeVere Group adianta que com o índice bolsista norte-americano, S&P 500, a apresentar um desempenho forte, em 2025, e a transacionar acima das suas médias de longo prazo, a “pressão está agora” a incidir diretamente sobre as sete magníficas (Amazon, Alphabet, Meta, Microsoft, Tesla, Nvidia, Apple) para justificar a confiança do mercado.

“Os investidores estão a apostar nas tecnológicas para assumirem novamente a liderança. A fasquia está elevada e os riscos são ainda maiores. A Alphabet e a Tesla não reportam apenas esta semana: elas devem definir o tom para o resto do mercado”, antecipa Nigel Green.

O DeVere Group salienta que nesta época de resultados, referente ao segundo trimestre, 86% das empresas do S&P 500 que já reportaram resultados conseguiram bater as expetativas. “Mas com a concentração em megacaps no nível mais elevado de sempre, resultados que sejam desapontantes por parte de uma ou de duas empresas podem fazer “descarrilhar” o momentum.

“Não existe margem para erro. Estas ações são extremamente dominantes. Se elas tropeçarem o restante índice vai sentir. A Alphabet é ainda a referência para a infraestrutura digital e para a inteligência artificial. A Tesla é diferente. É volátil por natureza. Mas aquilo que Elon Musk [criador da Tesla] está a construir à volta da autonomia e da robótica tem o potencial de fazer um reset na narrativa, se correr bem”, salienta o CEO do DeVere Group.

O DeVere Group diz ainda que apesar do ambiente macroeconómico marcado por volatilidade nas tarifas, eleições, e especulação sobre as taxas de juro continuar a marcar os mercados, tais fatores não estão a impedir a valorização desses mesmos mercados.

“Wall Street está a ignorar o barulho. Este é um mercado dirigido por micro data: lucros, inovação, execução. É por isso que esta semana tem muita importância”, reforça Nigel Green.

O CEO do DeVere Group salienta também que atualmente o S&P 500 está a transacionar a um nível premium, no que diz respeito a avaliações. “Atualmente o S&P 500 transaciona com um forward P/E de 22 (forward price/earnings), comparado com a média a 10 anos que se situa em 18,4. Esse premium só pode ser defendido por uma performance acima do normal”, referiu Nigel Green.

“Estamos a pagar mais por ações porque se acredita naquilo que vem a seguir. Essa crença tem de ser validada, a começar esta semana”, salientou o CEO do DeVere Group.

O DeVere Group salientou que as estimativas apontam para que as grandes tecnológicas liderem a maior parte do crescimento ao nível dos lucros (earnings), no segundo trimestre. “14,4% para as sete magníficas contra 3,4% do restante do índice”, salienta a empresa.

“É um mercado a duas velocidades. Se as tecnológicas liderarem o S&P 500 ganha. Se vacilarem não existem outra empresa suficientemente grande para compensar as perdas”, alerta Nigel Green.

O DeVere Group salienta que apesar de sectores como o financeiro e o da saúde estarem a ter resultados estáveis, estes setores não têm o peso e o momentum das grandes tecnológicas.

“As empresas tecnológicas não estão só a se superar. Estão a liderar o rally. É por isso que esta época de resultados não é apenas mais um checkpoint, é um referendo à liderança do mercado”, afirma Nigel Green.

“Se os resultados forem fortes esperamos novos máximos. Se não, esperamos turbulência. Mas de qualquer maneira esta deve ser a semana em que a direção é decidida. Estamos a observar o próximo capítulo deste bull market a ser escrito em tempo real”, reforça o CEO do DeVere Group.

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