A confiança pode demorar uma vida a construir-se e um minuto a perder-se. Para as organizações, a forma como relatam a sua atividade tem um papel central na conquista dessa confiança. Perante um escrutínio cada vez mais apertado dos mercados, dos acionistas e da sociedade, aumenta a importância de um relato de informação financeira e não financeira mais transparente.  Daqui resulta a necessidade de usar melhor a informação disponível, tornando-a num ativo estratégico que demonstre a criação de valor a longo prazo.

Muitas organizações estão alheias a esta necessidade, falhando na captura e na utilização de toda a informação à sua disposição. Sem prejuízo dos desafios inerentes ao volume e diversidade de dados a tratar, o valor reputacional e a confiança de investidores e partes interessadas justifica que esta matéria passe a fazer parte do racional de investimento em novas tecnologias ou em novas competências para a organização.

Quando se avalia a introdução de novas tecnologias para suporte às operações, é importante considerar também como podem ser aproveitadas para melhorar o relato. Uma maior conetividade interna, soluções cloud, inteligência artificial, robotic process automation e blockchain, podem todas ser benéficas para as operações e em paralelo contribuir para maior eficiência e maior transparência do processo de relato de informação financeira e não financeira.

Para além de novas tecnologias, as equipas financeiras deverão dotar-se de um novo perfil de competências, exigindo aos líderes que ultrapassem barreiras culturais e processos muito enraizados. Esta necessidade deve levar a organização a adotar uma nova abordagem em termos de recrutamento, desenvolvimento de talento e gestão de recursos.

O aumento da exigência em matéria de relato obriga a que as equipas financeiras tenham a capacidade de apresentar a performance global da organização de forma mais clara, gerindo a informação não financeira com o mesmo rigor e segurança com que gerem a informação financeira. Para o CFO, esta nova realidade traduz-se na necessidade de:

#. Comparar a sua abordagem em termos de reporte e transparência com os seus pares;

#. Criar uma visão pragmática de como explorar as novas tecnologias para melhorar o relato;

#. Gerir a difícil relação entre o risco associado à gestão de informação e a oportunidade que a mesma representa.