No centro da ação na capital estão Pedro Passos Coelho e Assunção Cristas. O líder social-democrata não aborda a questão diretamente, mas reconheceu, em declarações à imprensa, que os centristas “são parceiros preferenciais” e recordou, a propósito, a celebração do acordo autárquico assinado na última semana. Deixou, porém, uma ressalva: “Se porventura não for possível virmos a ter uma coligação com o CDS em Lisboa e no Porto, isso não quer dizer que não sejamos, na mesma, parceiros naturais”. O ex-primeiro-ministro referiu, na mesma altura, que assim que houver um nome, será tornado público: “Não faremos caixinha disso”.
Marques Mendes referiu, no habitual comentário de domingo na SIC, que, para que o PSD apoiasse o CDS, teriam que negociar com os centristas a retirada do apoio a Rui Moreira, atual autarca e novamente candidato à Câmara Municipal do Porto, hipótese cuja aceitação, por parte dos centristas, o próprio dá como improvável.
E Assunção Cristas confirmou, no dia seguinte: “O assunto do Porto está decidido e anunciado desde março, quando no congresso do partido anunciei o apoio a Rui Moreira.” A líder centrista referiu ainda que o caminho do CDS está “definido há muito tempo” e que “não dependia de ter ou não ter o apoio do PSD”, que não inviabilizou: “Se o PSD entender que aqui há um projeto mobilizador, ganhador para a cidade, e quiser trabalhar em conjunto, certamente que nós estamos disponíveis.”
Carlos Carreiras, à frente da coordenação autárquica do PSD, desmentiu a existência de conversações entre os sociais-democratas e os centristas sobre o apoio à candidatura de Assunção Cristas. Se há, ou não, a intenção futura de consagrar este apoio, o coordenador não confirmou, por não querer “alimentar especulações que têm um objetivo claro” que não o de favorecer o PSD, “bem pelo contrário”.
Correr contra o tempo
Para a família social-democrata, a proximidade das eleições reduz o leque de opções. O histórico Ângelo Correia, que apoiou Passos Coelho na subida à liderança do PSD, admite que o partido já não tem muitas alternativas aceitáveis. O partido “exibiu durante demasiado tempo a dificuldade de ter ausência de candidatos”, disse ao Diário de Notícias, admitindo que “o tempo não tem jogado a favor das opções que o PSD tenha”.
O PSD “tem uma margem de manobra muito limitada” e “está quase reconduzido a alimentar o exército de eleitores de Assunção Cristas”, sublinha o ‘senador’ social-democrata. n J.R.M.
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