O Governo não pode entrar em despesismo em ano de eleições. O aviso foi feito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), um dos credores da troika durante o resgate internacional ao país.
“Espero que não cedam às tentações normais que vemos em todas as eleições”, disse Christine Lagarde em entrevista ao jornal Expresso, publicada este sábado, 2 de março. “Para os políticos é sempre tentador fazer isso”, declarou.
Apesar do aviso, a diretora-geral do Fundo deixou elogios ao país. “Portugal passou por uma fase difícil e saiu-se bastante bem”, sublinhando que o FMI é parceiro de Portugal “nos momentos duros e nos momentos bons”.
“Fiz um discurso recentemente no qual mencionei Portugal como um dos países que conseguiram com sucesso fazer reformas no mercado de trabalho e diminuir o desemprego”, realçou.
Mas Christine Lagarde aconselha o Governo a preparar-se para dias mais cinzentos no futuro. “Agora que estão onde estão, assegurem-se de que preservam os ganhos e resistem aos choques e às ameaças externas que são abundantes em redor da economia portuguesa”, afirmou ao Expresso.
A diretora-geral do FMI esteve em Portugal na sexta-feira, 1 de março, onde participou na reunião do Conselho de Estado a convite do Presidente da República.
Em relação à dívida, apontou que a “dívida portuguesa ainda é muito alta”, apontando que “interromper o crescimento da dívida pública e começar a reduzir o rácio dívida/PIB foram feitos importantes”.
Christine Lagarde também pediu ao Governo de António Costa para realizar reformas estruturais. “Há reformas a fazer. Por exemplo, tudo o que possa incentivar a poupança, aumentar a produtividade e ajudar a preparar para mudanças tecnológicas”.
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