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Discriminação de género: futebolistas da seleção feminina dos EUA exigem 60,7 milhões de euros

As jogadoras da seleção feminina de futebol deram entrada com um processo contra a US Soccer, a federação do futebol dos EUA, acusando o organismo de negociar os contratos com a seleção masculina de forma diferente face à seleção feminina.
  • Megan Rapinoe é a futebolista mais ilustre do futebol feminino norte-americano
24 Fevereiro 2020, 16h14

As atletas da seleção feminina de futebol dos Estados Unidos processou a a US Soccer, a federação de futebol norte-americana, por descriminação de género. As futebolistas pedem 66 milhões de dólares (60,7 milhões de euros) por alegadamente o regulador do futebol profissional norte-americano negociar os termos de contratos e acordos com os seus atletas, consoante o género.

O processo foi anunciado na quinta-feira, sendo que as jogadoras da seleção a informar que avançaram para o litígio devido “estereótipo de género” que conduziu a “folha salarial discriminatória”, segundo a NBC. As atletas – atuais campeãs do mundo em futebol feminino – alegam que os seus pares masculinos têm mais direitos, fruto de melhores contratos com a US Soccer, enquanto a equipa feminina seja desvalorizada apesar de obter melhores resultados desportivos.

“As jogadores da seleção feminina dos EUA são pagas de maneira diferente, porque elas pediram especificamente para negociar um contrato completamente diferente da equipa nacional masculina, mesmo tendo sido oferecidos e posteriormente rejeitado um acordo idêntico quanto aos prémios a auferiro por jogo nas últimas negociações”, defendeu-se a US Soccer em comunicado.

“O pretendido pelas atletas é um contrato que preveja benefícios adicionais e significativos que a seleção masculina não tem, incluindo salários anuais garantidos, seguro médico e de odontolologia, assistência para os filhos paga, licença de maternidade remunerada, indemnização por dispensa, e pagamento de salários durante o período em que estão lesionadas, bem como acesso a um plano de reforma entre outros”, prossegue a organização liderada pelo indo-norte-americano com ascendência portuguesa Carlos Carneiro.

A porta-voz das futebolistas, Molly Levinson, já veio a público questionar a postura do regulador do futebol norte-americano. Levinson garantiu que “durante as negociações do mais recente acordo coletivo, a federação disse reiteradamente que não era uma opção um salário igual, independentemente da folha salarial”.

Esta não é a primeira vez que as diferenças salariais entre os futebolistas masculinos e femininos são o mote de uma polémica. Em 13 de fevereiro, o sindicato que representa a seleção masculina de futebol dos Estados Unidos disse que a equipa feminina, campeã mundial em título, deveria ganhar “pelo menos o triplo” do que os homens.

A posição diz respeito às negociações coletivas, em cada equipa, sobre o contrato de pagamento por representarem o país no futebol, com o acordo masculino a expirar em 2018 e o feminino, em vigor desde 2017, válido até 2021.

(Nota: Informação corrigida no título pelas 18h00. Onde se lia 66 milhões de euros, é na realidade 60,7 milhões de euros)

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