O cancelamento da visita da ministra e o azedar das relações:
“A visita da Ministra da Justiça foi adiada, a pedido das autoridades angolanas, aguardando-se o seu reagendamento”. Ministério da Justiça português, em comunicado, a 21 de fevereiro de 2017;
“A maneira leviana como as autoridades portuguesas ‘permitiram’ a fuga de informação que levou para a imprensa lusa esta ‘notícia’ [processo envolvendo o vice-presidente angolano, Manuel Vicente], é a confirmação daquilo que aqui já havia sido dito sobre a existência de uma campanha internacional especialmente orquestrada para denegrir a imagem de Angola e dos seus principais dirigentes neste ano de eleições”. Artigo no Jornal de Angola (imprensa estatal), a 26 de fevereiro de 2017;
“Não há nenhum conflito pendente em matéria político-diplomática entre Portugal e Angola. Os dois países estão a fazer o seu trabalho, nós apresentámos várias datas possíveis para aquilo que nos parece a próxima iniciativa com sentido, que é a visita do primeiro-ministro português a Angola, e aguardamos serenamente a resposta das autoridades angolanas”. Augusto Santos Silva, em declarações aos jornalistas, a 6 de março de 2017;
‘Engolir sapos’ na tomada de posse do novo presidente angolano:
“É manifesto que [as relações] estão ótimas, pela forma como o senhor presidente da República e o ministro dos Negócios Estrangeiros [Augusto Santos Silva] estão a representar Portugal na tomada de posse do presidente João Lourenço”. António Costa, em declarações à Lusa, após a toma de posse do presidente angolano, a 26 de setembro de 2017;
“Este já não é um caso individual de justiça, é um caso do Estado angolano e enquanto não tiver um desfecho, o Estado angolano não se moverá nas ações de cooperação com Portugal, e competirá às autoridades do Estado português verem se vale a pena esta guerra”. Manuel Augusto, em entrevista à Lusa e à rádio francesa RF1, a 29 de novembro de 2017.
“Ficou claro que o único irritante que existe nas nossas relações é algo que transcende o Presidente da República de Angola e o primeiro-ministro de Portugal, transcende o poder político, e tem a ver com um tema da exclusiva responsabilidade das autoridades judiciárias portuguesas”. António Costa, em declarações aos jornalistas em Abidjan, à margem da cimeira entre a União Europeia e a União Africana, a 29 de novembro de 2017;
“Nós não estamos a pedir que ele seja absolvido, que o processo seja arquivado, nós não somos juízes, não temos competência para dizer se o engenheiro Manuel Vicente cometeu ou não cometeu o crime de que é acusado. Isso que fique bem claro”. João Lourenço, na sua primeira conferência de imprensa nos jardins do Palácio Presidencial, em Luanda, a 8 de janeiro de 2018;
O descongelar das relações no frio suíço:
“Felizmente, tudo o resto decorre com toda a normalidade na excelência das nossas relações”. António Costa, em conferência de imprensa, após um encontro com João Lourenço, que decorreu em Davos, na Suíça, a 24 de janeiro de 2018;
“Esta decisão [de enviar para Angola o processo do ex-vice-presidente angolano, Manuel Vicente], encerrando um ‘irritante’, permite que a relação entre Portugal e Angola passe para o nível mais alto possível do relacionamento”. Augusto Santos Silva, em declarações à Lusa, a 10 de maio de 2018;
“Recebi o Ministro das Relações Exteriores de Angola num momento auspicioso para o relacionamento entre os nossos países com o retomar das visitas de alto nível. A minha visita a Angola renovará o dinamismo dos laços que unem Portugal e Angola, os nossos povos e empresas”. António Costa, na sua conta oficial do Twitter, após ter recebido o ministro angolano, Manuel Domingos Augusto, a 9 de julho de 2018;
O fim do “irritante” nas relações diplomáticas:
“As relações políticas eram excelentes, as relações económicas muito boas, e que havia um pequeno irritante que estava a complicar a vida e o nível de relacionamento entre os dois países, mas uma vez ultrapassado, está tudo bem”. António Costa aos jornalistas durante um passeio na capital angolana, a 17 de setembro de 2018.
“Marquem a data da visita a Angola que eu vou já. Porque aquilo que há de melhor entre nós é resultado do cruzamento natural dos povos. Dão-se bem! Dão-se bem, naturalmente! Agora, podem ainda dar-se melhor se pudermos ir mais longe em termos de colaboração entre os povos”. Marcelo Rebelo de Sousa, numa entrevista à Rádio Nacional de Angola, a 19 de novembro de 2018;
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