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Do ministério das Finanças para governador do Banco de Portugal? “Já houve três precedentes, todos do PSD”

As passagens diretas entre o Terreiro do Paço e o supervisor bancário aconteceram durante os governos de Cavaco Silva, recordou Marques Mendes que garante que Mário Centeno vai assumir o cargo de governador ainda este ano. Dos três nomeados, apenas Miguel Beleza era ministro.
16 Fevereiro 2020, 22h06

A concretizar-se, a saída de Mário Centeno do ministério das Finanças diretamente para o cargo de governador do Banco de Portugal (BdP) vai ser a quarta vez que um responsável do Terreiro do Paço transita para a liderança do supervisor bancário em Portugal.

O histórico de transferências foi recordado pelo comentador Luís Marques Mendes no seu comentário semanal na SIC, apontando que a “saída do ministro das finanças do Governo para o BdP não não beneficia a imagem de independência do banco central”.

“Mas já não é a primeira vez que acontece em Portugal, já houve três precedentes, todos do PSD: Tavares Moreira, Miguel Beleza e António de Sousa”, recordou.

Das três situações, apenas Miguel Beleza era ministro das Finanças (1990-1991) quando foi nomeado para o cargo de governador em 1992, cujo mandato durou até 1994, segundo a página do Banco de Portugal.

Por sua vez, Tavares Moreira ocupava o cargo de secretário de Estado do Ministro das Finanças e do Tesouro (1985-1986) quando foi nomeado governador (1986-1992).

Já António de Sousa mantinha o cargo de secretário de Estado-Adjunto e das Finanças (1993-94) quando foi nomeado governador do BdP (1994-2000).

“Apesar de eventuais conflitos de interesse, uma coisa tenho a certeza: quando Mário Centeno for governador do Banco de Portugal não vai fazer favores ou fretes ao Governo, pela sua maneira de ser e pela sua personalidade, não vai. Pelo contrário, vai ser um verdadeiro ministro sombra. Já o ministro das Finanças que o vier a substituir, coitado”, afirmou Marques Mendes.

O comentador deu como certa a saída de Mário Centeno “daqui a uns meses do Governo”, considerando que vai ser um “rombo grande na eficácia e credibilidade” do Executivo de António Costa.

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