É cada vez mais evidente que o enfraquecimento do dólar – desde o início de fevereiro face ao euro, ao longo dos últimos três anos em relação ao ouro, e, de forma mais ampla, desde o início dos anos 2000 – não se deve apenas a fatores cíclicos, mas também a questões estruturais e sistémicas que podem torná-lo um fenómeno persistente. A economia dos EUA enfrenta sinais de alerta, e muitos países procuram alternativas para reduzir a dependência da mesma e do dólar, sobretudo num cenário de crescente imprevisibilidade política e perante a errática política comercial da administração Trump.

No final de 2024, após a vitória eleitoral de Donald Trump, o dólar registava uma tendência de valorização, face a expectativas de crescimento económico robusto. No entanto, em 2025, a realidade inverteu-se e o dólar começou a desvalorizar acentuadamente, contrariando as previsões de muitos analistas. Uma das razões pode estar na visão da administração.

Alguns conselheiros económicos defendem um dólar mais fraco e até sugeriram uma nova versão do Plaza Accord de 1985, que forçou Japão e Alemanha a valorizar as suas moedas face ao dólar. O suposto acordo Mar-a-Lago, em discussão, teria o mesmo objetivo. O foco do governo norte-americano na competitividade da indústria nacional não é compatível com um dólar forte.

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