A Casa Mendes Gonçalves, que possui no seu portfolio marcas como a Paladin (molhos), Sacana (picante) e a Moreno (vinagre), pretende ter 30% do volume de vendas em mercados internacionais até 2030, face aos atuais 15%, revelou o diretor do grupo, Ricardo Ferreira, ao Jornal Económico (JE), com o principal foco a estar nos mercados localizados na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África).
A concretização desse plano terá como os principais ‘pontas-de-lança’ a Paladin, Sacana e Moreno. O diretor do grupo empresarial revela qual será o papel de cada uma dessas marcas nesse processo de internacionalização.
Relativamente à Moreno, a mais recente marca da empresa, Ricardo Ferreira sublinhou que o seu propósito passa por “reposicionar” o vinagre enquanto produto gastronómico e de valor acrescentado.
Ricardo Ferreira adianta que esta marca possui um “forte potencial” de internacionalização, devido a fatores como o “posicionamento premium” e também pela capacidade que possui de “comunicar o saber-fazer português e a qualidade e versatilidade” dos produtos nacionais.
“São disso exemplo o vinagre balsâmico de figo seco, o vinagre de pera rocha ou o de moscatel de Setúbal. Estas referências representam um Portugal com sabor, inovação e tradição, e têm tudo para conquistar novos mercados onde se valoriza a experiência gastronómica”, explica Ricardo Ferreira.
No que diz respeito à Moreno, Ricardo Ferreira adianta que apesar do potencial que a categoria do vinagre possui este é “muitas vezes percecionado” como um produto comoditizado.
Por isso a proposta da Casa Mendes Gonçalves passa por, através da marca Moreno, “romper” com essa lógica, por via da “inovação, sofisticação e identidade” além dos comprovados benefícios dos vinagres para a saúde, como o “impacto positivo” na flora intestinal.
“Apostamos numa lógica de especialização, com um portefólio que integra vinagres de vinho, de sidra, balsâmicos e cremes, valorizando a origem dos ingredientes e a autenticidade dos sabores”, explica Ricardo Ferreira.
Quanto à Paladin, Ricardo Ferreira afirma que esta é a marca com “maior expressão internacional” da Casa Mendes Gonçalves pelo que “continuará a ser um dos pilares” da estratégia da empresa no mercado internacional.
“O seu portefólio diversificado e a proximidade com o consumidor tornam-na uma marca versátil, capaz de se adaptar a diferentes mercados e perfis de consumo. Acreditamos que há um grande potencial de expansão, não apenas em mercados mais maduros como o europeu e o americano, mas especialmente em mercados em franco crescimento, como o Médio Oriente e o Norte de África”, revela Ricardo Ferreira.
O diretor da Casa Mendes Gonçalves diz ainda que o crescimento da Paladin será sustentado por uma comunicação “clara, diferenciada e muito próxima” dos consumidores nos seus países.
Relativamente à Sacana, Ricardo Ferreira considera que esta marca pela sua “irreverência e posicionamento provocador”, é aquela que possui um “maior potencial” de crescimento internacional.
“Há uma tendência global crescente para o consumo de produtos picantes, e acreditamos que há espaço para uma marca 100% portuguesa especializada em piri-piri. Esta marca, com um tom diferenciador, combina a autenticidade dos pimentos com a ousadia que a nova geração de consumidores tanto aprecia”, defende Ricardo Ferreira.
“O nosso objetivo é que [a marca] Sacana se afirme como a marca de referência em picantes, com ambição global”, afirma Ricardo Ferreira.
Quanto às outras marcas do grupo, como a Peninsular, a Biomit, a Rubies in the Rubble ou a Dona Pureza, e o papel que podem desempenhar neste plano de internacionalização, Ricardo Ferreira diz que este será um papel “mais complementar, podendo integrar a estratégia internacional sempre que fizer sentido em função das dinâmicas” de mercado.
“São marcas com propostas de valor específicas — desde a sustentabilidade à funcionalidade — e, por isso, com potencial para reforçar o posicionamento da Casa Mendes Gonçalves em mercados mais segmentados”, salienta o diretor da Casa Mendes Gonçalves.
Sobre esta parceria com o chef Vítor Sobral, Ricardo Ferreira adianta que esta surgiu de forma muito natural devido à ligação que o chef possui com a cozinha portuguesa e pelo olhar contemporâneo que tem sobre os ingredientes.
“A sua presença [Vítor Sobral] reforça o posicionamento da Moreno enquanto marca especialista na categoria, mas também como impulsionadora de uma nova forma de usar e valorizar o vinagre”, afirma Ricardo Ferreira.
Ricardo Ferreira sublinha que apesar da Casa Mendes Gonçalves ter já um “histórico sólido” na produção de vinagres, o envolvimento de um chef de renome “permite dar um novo passo” e levar o produto para a esfera da “sofisticação, da criatividade e da experimentação”.
O diretor da Casa Mendes Gonçalves diz que o objetivo passa por tornar o vinagre “mais acessível” enquanto ingrediente de valor, “convidando os consumidores a explorarem novas possibilidades” na sua utilização.
“E ninguém melhor que o chef Vítor Sobral para dar credibilidade, inspiração e autenticidade a esse desafio”, considera Ricardo Ferreira.
Ricardo Ferreira diz ainda que durante décadas o vinagre foi visto principalmente como um “simples tempero” para saladas e como um produto funcional e utilitário.
“No entanto, sabemos que a sua versatilidade vai muito além disso. O vinagre pode ser um verdadeiro potenciador de sabor, capaz de elevar receitas, equilibrar pratos ou até surpreender em combinações improváveis, como toppings de sobremesas ou elementos de cocktails”, afirma Ricardo Ferreira.
“Como maior produtor de vinagres em Portugal, com mais de 40 anos de experiência na categoria, sentimos que temos não só o know-how, mas também a responsabilidade de redefinir a forma como o vinagre é percebido e utilizado. Acreditamos que este é o momento certo para valorizar uma categoria que, apesar de histórica, continua com um imenso potencial por explorar. Com a marca Moreno, queremos precisamente inspirar o consumidor a olhar para o vinagre com outros olhos — como um ingrediente versátil, criativo e com valor gastronómico real”, conclui o diretor da Casa Mendes Gonçalves.
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