O presidente eleito dos Estados Unidos da América, Donald Trump, escolheu Brendan Carr, o principal representante republicano na Comissão Federal de Telecomunicações, como novo presidente do regulador da radiodifusão, das telecomunicações e da Internet.
Carr é há muito membro da comissão, conhecida por FCC, a sigla em inglês, e desempenhou anteriormente as funções de conselheiro geral da agência.
Foi confirmado por unanimidade pelo Senado, a câmara alta do parlamento dos Estados Unidos, por três vezes e foi nomeado por Trump e pelo atual presidente Joe Biden para o regulador.
A FCC é uma agência independente, apesar de estar sobre a supervisão pelo Congresso, mas Trump sugeriu que queria colocá-la sob um controlo mais apertado da Presidência, em parte para usar o regulador para punir as televisões que acusou de cobertura tendenciosa.
Carr escreveu uma secção dedicada à FCC no Projeto 2025, um programa governamental desenvolvido pelo grupo ultraconservador Heritage Foundation, que prevê um enorme corte na função pública e o desmantelamento das agências federais.
Num comunicado a felicitar Trump pela vitória eleitoral, Carr disse acreditar que “a FCC terá um papel importante a desempenhar no controlo das grandes tecnológicas, garantindo que as emissoras operam no interesse público e desencadeando crescimento económico”.
“O comissário Carr é um guerreiro pela liberdade de expressão e lutou contra o ‘lawfare’ [uso de legislação como arma para alcançar um fim político-social] regulatório que sufocou as liberdades dos norte-americanos e atrasou a nossa economia”, disse Trump.
“Vai acabar com o ataque regulatório que tem paralisado os criadores de emprego e os inovadores da América e garantirá que a FCC satisfaz as necessidades rurais da América”, acrescentou o republicano, num comunicado divulgado no domingo.
A comissão, com cinco membros, terá uma maioria democrata de 3-2 até 2025, altura em que Trump irá nomear um novo membro.
Carr beneficiou do apoio do magnata Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), nomeado por Donald Trump para dirigir uma comissão para a “eficiência governamental”.
O jornal New York Times recordou que Carr opôs-se, em 14 de outubro, à decisão da FCC de retirar um importante subsídio à Starlink, uma das empresas de Musk.
Carr posicionou-se publicamente contra a aplicação de partilha de vídeos TikTok, propriedade da gigante tecnológica chinesa ByteDance e insistiu que deveria ser removida das lojas de aplicações da Apple e da Google devido a riscos de segurança e violação de privacidade dos utilizadores.
No sábado, o presidente eleito indicou para secretário da Energia o executivo da petrolífera Liberty Energy, Chris Wright, defensor do controverso ‘fracking’ (técnica de fraturação hidráulica usada para obter gás e petróleo) e que rejeita a existência das alterações climáticas.
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