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Draghi alerta para risco da dívida italiana nos rácios de capital da banca europeia

O presidente do Banco Central Europeu afirmou que a situação em Itália não foi muito discutida na reunião de política monetária desta quinta-feira, mas deixou alertas sobre os potenciais efeitos para a economia.
25 Outubro 2018, 14h31

O presidente do Banco Central Europeu (BCE) reconheceu, esta quinta-feira, que o agravamento do risco da dívida italiana terá efeitos na economia e banca europeia. No entanto, Mario Draghi garante que não terá impacto nas decisões de política monetária da zona euro.

“Itália é uma discussão orçamental. Não foi muito discutida”, afirmou o italiano que preside à instituição, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de política monetária do Conselho de Governadores, e onde o tema mais abordado foi o conflito entre Roma e Bruxelas.

A reunião aconteceu também na mesma semana em que Itália e a Comissão Europeia entraram em conflito devido à proposta de Orçamento do Estado para 2019. Roma propôs uma meta de défice de 2,4% para 2019 e Bruxelas tomou a decisão inédita de chumbar a proposta.

Foi pedido um novo documento retificado, o que levou a uma subida nos juros não só da dívida pública de Itália, mas de vários países da zona euro. Questionado sobre a questão, o presidente do BCE afirmou que “vai haver efeitos nos juros e, em última análise, na economia”.

“As obrigações [italianas] estão nos portefólios dos bancos e estão a fazer mossa na posição de capital”, alertou, referindo-se aos rácios de capital da banca. “Mas estou confiante que será encontrado um acordo” entre Roma e Bruxelas.

Sobre a possibilidade do efeito contágio aumentar os custos de financiamento de países como Portugal ou Espanha e levar a uma extensão do programa de estímulos monetários (que está planeado terminar em dezembro), o presidente do BCE afirmou que não foi debatido na reunião. Sublinhou que “o fim do QE [quantitative easing] não é medido consoante nenhum país”.

Draghi afirmou ainda não ter mais nenhuma posição sobre a questão já que a Comissão Europeia é “guardião último” do pacto de estabilidade e crescimento. Explicou que a reunião contou com a presença do vice-presidente da instituição. Citando Valdis Dombrovskis, Draghi afirmou que a Comissão Europeia está focada no cumprimento das regras orçamentais, mas também à procura de diálogo.

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