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Draghi pronto a lançar novos estímulos adicionais se riscos não atenuarem

Entre os instrumentos que podem ser utilizados pelo BCE, Mario Draghi salientou “a política de mais cortes nas taxas de juro”, assim como” medidas que permitam conter externalidades”.
18 Junho 2019, 09h34

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou esta terça-feira que poderão ser necessárias novas medidas de estímulo para a zona euro e não descartou, em caso de necessidade, um novo corte na taxa de juros. O líder do banco central revelou que, nas próximas semanas, o Conselho de Governadores irá deliberar sobre como é que as ferramentas de política monetária serão implementadas, de forma a serem adaptadas para mitigar os riscos.

“Na ausência de melhorias, isto é, se as condições que ameaçam o regresso a um nível de inflação sustentado persistirem, serão necessários estímulos adicionais”, disse, esta manhã, o presidente cessante do BCE, durante o discurso no Fórum do BCE, que decorre até esta quarta-feira, em Sintra.

“Os membros do Conselho de Governadores manifestaram a convicção em prosseguir, de forma sistemática, a meta para inflação, próxima dos 2%. Tal como, no passado, o enquadramento da nossa política orçamental teve de evoluir para enfrentar desafios, poderá fazê-lo novamente”, adiantou. “Nas próximas semanas, o Conselho de Governadores irá deliberar sobre como é que os instrumentos podem ser adaptados proporcionalmente à gravidade do risco da estabilidade dos preços”, acrescentou Mario Draghi.

Entre os instrumentos anunciados pelo ainda presidente do BCE, Mario Draghi referiu a política caracterizada por “mais cortes nas taxas de juro”, assim como” medidas que permitam conter efeitos colaterais”.

O líder do BCE acrescentou ainda que o banco central permanece “capaz de reforçar o guidance para o futuro (…) considerando as variações do caminho para a inflação”. “Isto aplica-se a todos os nossos instrumentos de política monetário”, frisou.

Draghi sublinhou que a orientação da política monetária tem sido “paciente”, como resposta aos “choques negativos ” que surgem “repetidamente”, “persistente” porque a política monetária continuará suficientemente acomodatícia para assegurar uma convergência sustentada da inflação e “prudente” porque continuam atentos às dinâmicas da inflação e aos riscos – “iremos ajustar de forma apropriada a política”.

As lições do passado recente também foram abordadas por Mario Draghi. “Se a crise nos mostrou alguma coisa, foi que nós podemos dispor de toda a flexibilidade compreendida dentro das nossas competências para cumprir o nosso mandato – e iremos fazê-lo outra vez para responder aos desafios futuros que impendem sobre a estabilidade dos preços”, reforçou.

O foco central da política monetária do BCE consiste em calibrar a inflação no médio-prazo. “Uma taxa de inflação abaixo, mas próxima dos 2%”, recordou Mario Draghi. Ainda assim, para atingir este objetivo que é “sistemático”, o ainda presidente do BCE recordou que tal significa que, em algum período do futuro, “a inflação terá de ser superior [a 2%] “.

Reforço da estabilidade da política monetária comum

Mario Draghi abordou ainda a importância da estabilização da política monetária comum para “manter a confiança dos investidores nos países com elevada dívida pública, pouco crescimento e reduzida manobra orçamental”. Neste contexto, o presidente do BCE referiu o aumento da produção na zona euro através de reformas e investimento público, mas “respeitando o enquadramento orçamental europeu”.

“Trabalhem, de forma mais alargada e com determinação renovada, num instrumento de estabilização de um orçamento comum de tamanho e estrutura adequados”, frisou.

(Atualizada às 10h19)

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