Comparamos mal internacionalmente no que respeita à proficiência em literacia e à numeracia. Estamos no final da tabela nos dois casos, abaixo das médias da OCDE. Os mais velhos com piores indicadores do que os mais novos, que têm mais anos de escolaridade, outra formação.

Este fraco desempenho tem de ser abordado, atacado sem clemência, porque é pernicioso. Olhemos para o mundo financeiro, em que tomamos decisões com impacto real com efeitos ao longo do tempo. Vejamos o setor segurador, como fizemos esta semana, em conferência.

Não nos serve termos informação obrigatoriamente disponibilizada se a maioria da população não a consegue decifrar e acaba por decidir na ignorância. Não nos serve um mercado aberto até ao limite se a maioria dos beneficiários não possui as ferramentas para fazer uma comparação efetiva entre opções. Ou a capacidade de parametrizar soluções sem que haja bases para tomar uma decisão informada.

Cabe a todos os agentes do setor enfrentarem o problema e agirem de forma a solucioná-lo, investindo. O Estado, primeiro, porque se trata de formação. Mas também as companhias, a associação que as representa e o regulador, porque a concorrência e a economia de mercado sem que haja uma capacitação para se fazerem escolhas informadas é uma farsa. Depois, os cidadãos, porque lhes cabe também agir e não ser apenas recetáculo de medidas.

Esta tem de ser uma prioridade, porque não é uma questão de mercado, mas sim de cidadania.