Agora que o país volta a mergulhar no Estado de Emergência, as empresas veem-se obrigadas a tomar, novamente, decisões que assegurem a sua flexibilidade à nova realidade, garantindo a sobrevivência do negócio e dos postos de trabalho.
Com menos pessoas na rua e em ajuntamentos familiares, espera-se que também o vírus comece a infetar menos à medida que o tempo passa e as medidas se mantêm.
Há, no entanto, um elefante no meio da sala que todos veem e ninguém assume: o Natal. Já não é novidade assistirmos, no final de novembro, às decorações de Natal nos grandes centros comerciais, comércio tradicional, nas ruas e até nas casas das pessoas. Mas este ano a estratégia mudou e é preciso ganhar o tempo e as pessoas que a Covid-19 tirou das lojas físicas. Daí que a 11 de novembro o Natal já esteja à nossa volta! Tudo numa derradeira tentativa de diminuir o impacto da pandemia nos negócios.
No meio do turbilhão, a missão pode ficar mais simples. Basta que os apaixonados pelas compras de Natal mudem, à semelhança das empresas, a sua estratégia. É que à habitual afluência às lojas nesta altura do ano, juntam-se as regras de distanciamento; a capacidade máxima permitida por loja; as filas intermináveis; as medidas de higienização quando se está, por exemplo, a experimentar roupa; as compras de mercearia, e por aí fora.
O tempo é, por isso, precioso. Conscientes disso, as empresas vão, inevitavelmente, antecipar campanhas, promoções, saldos, black fridays e outros tipos de chamariz. E vão fazê-lo não apenas nas lojas físicas, mas principalmente nas vendas online, pois é aí que estão agora os compradores confinados e também aqueles que das filas e do risco de contágio só querem distância!
A melhor solução nesta fase, deixando para o próximo Natal – quem sabe! – o regresso à normalidade, é mesmo começar a fazer uma lista dos presentes que quer comprar, de quanto quer gastar e lançar, logo que possível, a procura pelos melhores preços online… Sem esquecer as datas de entrega, pois neste período do ano vai haver confusão pela certa.
Estamos, como dizia o primeiro-ministro, a fazer tudo para salvar o Natal. As medidas implementadas garantem, na melhor das hipóteses, as condições mínimas para o dia 24 de dezembro, para que celebremos qualquer coisa, embora sem grandes euforias.
Num ano que foi de profunda mudança para todos, o anúncio de Natal lançado nos últimos dias pela Coca-Cola é perfeito enquanto retrato da adaptabilidade que caracterizou 2020. O filme, com dois minutos e meio, conta a história de um pai que trabalha numa plataforma no mar e que se esquece de colocar no correio a carta da filha para o Pai Natal. Daí para a frente, assistimos a uma odisseia recheada de adversidades.
No final, e já depois de chegar ao polo norte para entregar a carta, o pai apercebe-se que, afinal, o Pai Natal não está lá por causa do Natal. Resignado, apanha uma boleia para casa, num camião muito especial. Ao chegar, abre a carta da filha… que afinal só pedia que o pai passasse o Natal em casa, com a família.
É por isso que à pergunta “então e o Natal como é que fica?” devemos responder que fica como sempre ficou. O importante é mantermos o espírito e a nossa segurança, sem esquecer a tão importante estratégia para as compras este ano.