A poucos dias do final do ano, a venda dos fundos da ECS à Davidson Kempner Partners (DK Partners) pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Novobanco, Santander Portugal e Oitante ficou oficialmente fechada esta quinta-feira. Apenas o banco liderado por Mark Bourke dá valores para o impacto da operação, afirmando ir receber mais de 200 milhões de euros, ainda que não haja efeito nas contas.
Em comunicados separados enviados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Novobanco, BCP e CGD afirmam que a operação de venda “foi concluída em 29 de dezembro de 2022, na sequência da verificação das condições suspensivas contratuais estipuladas”.
O Novobanco afirma que “a conclusão desta transação repercute-se no recebimento de 224 milhões de euros”. Apesar disso, tal como já tinha anunciado em agosto, o impacto no resultado líquido de 2022 será “neutro”. Já os rácios de capital saem reforçados em 25 pontos base. Os restantes bancos não adiantam valores para o impacto.
Foi em agosto que os bancos chegaram a acordo final com a DK Partners para a venda dos fundos da ECS, por um valor a rondar os 850 milhões de euros, como avançou o Jornal Económico (JE). A perspetiva era que a operação ficasse concluída até ao final do ano, o que agora se confirmou.
O acordo assinado entre a DK e a CGD, BCP, Novobanco, Santander Portugal e Oitante contemplou a venda dos fundos FLIT e Recuperação Turismo, bem como a gestão da sociedade. De fora ficou o Fundo de Recuperação, que continuará do lado dos bancos, mas a ser gerido pela sociedade adquirida pela DK Partners. Fora do chamado “Projeto Crow” ficaram também ativos de turismo, que os bancos vão tentar alienar posteriormente.
Nos comunicados divulgados esta quinta-feira, os bancos referem que “certos ativos detidos indiretamente pela FLIT e FRT foram transferidos para os vendedores relevantes”.
Este processo chega agora ao fim, depois de, há cerca de dez anos, os bancos terem transferido os seus ativos problemáticos para os fundos de reestruturação, de maneira a retirar dos seus balanços ativos recebidos por dação em cumprimento de crédito. O processo organizado de venda da ECS, desencadeado em janeiro do ano passado, sofreu alguns percalços até se chegar a este acordo final.
Como o JE avançou, uma divergência quanto ao valor dos ativos entre o Novobanco, a CGD e o BCP – os bancos que detêm a maioria das unidades de participação dos fundos de reestruturação geridos pela ECS – impediu que a venda fechasse mais cedo. Os bancos tiveram de decidir o destino dos ativos imobiliários que ficam de fora do “Projeto Crow”.
A Caixa e o BCP começaram por defender a criação de um fundo de investimento para ficar com os ativos sobrantes, mas o Novobanco optou por uma repartição dos ativos imobiliários que ficam de fora do projeto pelos bancos. O atraso na venda dos fundos da ECS à DK Partners deveu-se também a uma dificuldade de acordo entre as instituições financeiras quanto à percentagem de financiamento concedida ao comprador, que foi depois ultrapassada.
Notícia atualizada às 18h37
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