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“É preciso criar confiança nos veículos elétricos para que o mercado os adote”, afirma diretor-geral da Ayvens

As diversas metas para a mobilidade elétrica empurram cada vez mais as empresas e os particulares a optarem por uma frota elétrica, no entanto, ainda existem algumas ansiedades sentidas por estes, sendo necessário criar confiança nos novos veículos.
27 Janeiro 2025, 07h00

A Ayvens, antiga LeasePlan comprada pela ALD Automotive, empresa que se dedica à gestão de frotas, pertence a um novo grupo e a um novo acionista. A suposta fusão de empresas, que não foi autorizada em Portugal, aconteceu noutros países onde a empresa estava sediada, sendo uma das principais prioridades para este ano a conclusão destas fusões e a “arrumação da casa”.

Esta fusão não vai alterar o negócio core da empresa nos países em que foi feita, cerca de 20 países, apenas significa que as dimensões da empresa alteraram-se para um tamanho superior.

António Oliveira Martins, diretor-geral da Ayvens Portugal, afirma que com este processo de fusão “espera-se que haja sinergias”. “A fusão está a ter timings diferentes nos vários países, em Portugal o processo foi mais rápido porque não houve esta fusão, então foi possível dar passos mais rápidos a nível de rebranding, depois há países em que a fusão ainda não está terminada e que as marcas antigas continuam a atuar enquanto o processo não estiver concluído”.

O rebranding da marca no mercado nacional trouxe algumas oportunidades, nomeadamente na reentrada no mercado de venda de carros usados. “A LeasePlan tinha separado a atividade de venda de carros usados que tinha, sendo esta totalmente autónoma, no entanto com a integração das duas empresas, esta realidade foi alterada e a Ayvens está ativa no mercado de venda de usados”, afirmou António Oliveira Martins.

Outra das oportunidades que surgiu desta integração foi a entrada no mercado de renting diretamente com as marcas automóveis, “A ALD Automotive tinha uma grande experiência de parcerias com as marcas automóveis para criar soluções de renting, estamos a aproveitar esta oportunidade para fazer o mesmo no mercado português”, destaca o diretor-geral da Ayvens Portugal.

“Estão a acontecer transformações que não tem haver diretamente com a fusão das empresas, mas com as decisões estratégicas do novo grupo que passámos a integrar”, revela António Oliveira Martins.

Apesar das oportunidades que a empresa tem tido, continuam a existir alguns desafios para o setor de gestão de frotas, sendo o grande desafio a eletrificação das frotas. “A necessária redução das emissões e as decisões do Governo levaram a que toda esta transformação nos afete diretamente. A Ayvens deve ser o maior proprietário de veículos elétricos em Portugal. Muitos dos novos contratos feitos com as empresas já são veículos elétricos, híbridos, plug-in”, destaca o diretor-geral da Ayvens Portugal.

No entanto, apesar da empresa estar empenhada nesta transformação, António Oliveira Martins salienta que uma vez que se trata de uma realidade muito recente existem muitos riscos associados “que estamos a assumir”.

Contudo, a procura das empresas por este tipo de veículos tem sido notória, uma vez que a “transição está a acontecer e vai acontecer, a um ritmo mais rápido ou mais lento, mas vai acontecer”.

António Oliveira Martins saúda o esforço do Estado nesta matéria, no entanto realça que este deve “continuar este investimento nas estruturas de carregamento”, uma vez que o carregamento público é muito importante e que “sem dúvida que o carregamento público abundante elimina a ansiedade de muitas empresas ligada a esta transformação”.

“As empresas têm alguns incentivos para a utilização de veículos elétricos, no entanto é urgente também pensar que os particulares estão interessados em fazer esta transição”, evidencia.

Outra medida que na opinião de António Oliveira Martins devia ser adotada é o “apoio ao abate de veículos muita idade e muito poluentes, para que sejam substituídos por veículos com emissões mais baixas. Limpar o parque automóvel devia ser uma das principais urgências”.

“É preciso criar confiança nos novos veículos para que o mercado os adote”, uma vez que está tudo a ser muito forçado pelas metas impostas para atingir a mobilidade elétrica.

Para 2025 a empresa espera um aumento marginal na sua atividade, frota e da sua faturação, uma vez que ainda “existem algumas barreiras ao crescimento, toda a economia ainda está um pouco pressionada, há muita preocupação com o contexto geopolítico, portanto não sentimos que haja condições para um grande crescimento de mercado”. “No entanto, calculamos que exista condições para alterar a nossa frota, substituição de carros mais antigos, com esta renovação estaremos a acelerar para a transição da mobilidade elétrica”, salienta António Oliveira Martins.

“Contudo, este ano vamos estar focados nesta substituição e em terminar os processos de fusão nos países para que possamos atacar 2026 como um grupo consolidado”, revela.

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