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“É preciso perceber como funciona o algoritmo”

Adolfo Mesquita Nunes confessa preocupação com a forma como, no geral, a sociedade portuguesa, incluindo as empresas, estão a olhar para a inteligência artificial (IA).
23 Novembro 2025, 20h00

E lança um alerta com sinos de campainha: muitas não têm sequer a noção dos riscos que representa uma ferramenta de IA mal desenhada. É fundamental que tenham!
O advogado e autor do livro “Algoritmocracia – Inteligência artificial e automação” conta uma história exemplar de como uma má concepção pode prejudicar em vez de ajudar: Na Áustria, há uns anos, o correspondente ao nosso Instituto de Emprego e Formação Profissional criou um algoritmo para cruzar oferta e procura, ou seja, empregos disponíveis e desempregados. Tempo depois, foi detetado que a ferramenta favorecia as pessoas que, à partida, ofereciam maior grau de empregabilidade. Porquê?
Simples, explica: “esse algoritmo, tal como a maioria dos algoritmos, estava pensado para a eficiência. E no caso, o mais eficiente era pegar nas pessoas com mais facilidade de encontrar emprego e juntá-las às empresas…”. Enquanto isto, outras “literalmente estavam a ser ignoradas…” Na IA, o risco faz parte, mas não significa que não se deva utilizar. “É preciso ter noção de como funcionam os algoritmos e dos seus riscos”, afirma.
Na perspetiva de Adolfo Mesquita Nunes, as empresas portuguesas estão ainda naquela fase em que a IAse resume “ao que é isto” e “onde é que faz sentido inseri-la”. Para muitas ainda, a IA é uma questão de IT (Tecnologia de Informação). Não. Trata-se de uma questão estratégica que vai definir o futuro.


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