Cada vez se fala mais de homofobia e recentemente de transfobia, e são muitos aqueles que, independentemente da sua ideologia, reivindicam um enquadramento próprio e uma definição legal para estes conceitos.

O que é um facto é que os grupos que lutam pelos direitos dos homossexuais e dos transexuais tomaram o orgulho por estas orientações como o único normalizável na sociedade.

Toda e qualquer manifestação que apele à consciência daqueles que não se reveem nas reivindicações destas populações, é escarnecida e sentenciada com a ‘pena capital’. Tudo é preconceito ou homofobia e já começa a haver pudor na afirmação pública da heterossexualidade.

Muitos daqueles que abandonaram os “armários” onde se queixam de se terem escondido durante tanto tempo, são os primeiros a empurrar agora os heterossexuais lá para dentro.

Não faltará muito para que o Parlamento português aprove uma lei antidiscriminação para questões relacionadas com o género e orientação sexual. Aliás, Canadá, Chile, Espanha, França e Finlândia criaram leis que criminalizam a homofobia e a transfobia – isto é, o alegado preconceito respetivamente contra homossexuais, e contra travestis, transexuais e transgéneros.

Estão também a crescer as probabilidades das pessoas LGBT terem proteção legal contra alegadas discriminações para conseguirem emprego ou terem acesso privilegiado à educação e à saúde, e assim serem tidas como prioritárias na sociedade.

Mas para que a luta não seja agora desigual é preciso tonificar a ideia de que a heterofobia é uma realidade que deve ser combatida já.

Os atrasos na consciencialização da sociedade de que a heterossexualidade é a orientação dominante e a única tutelar da família, consciencialização que há alguns anos atrás seria alienígena, podem custar muito caro ao equilíbrio da sociedade que deixamos aos nossos epígonos. Urge lutar por ela sem nunca declinar.