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“e-toupeira”: detetadas “toupeiras” também em Leiria e Coimbra

Já são três as comarcas judiciais onde foram registados acessos indevidos a processos que se encontravam em segredo de justiça, informa o “Jornal de Notícias”. Caso “e-toupeira” tem sete arguidos, um deles encontra-se em prisão preventiva.
23 Maio 2018, 09h51

As autoridades judiciais detetaram acessos a documentos em segredo de justiça em três diferentes comarcas no âmbito do caso “e-toupeira”, informa o “Jornal de Notícias”, apontando que, além dos dados já conhecidos sobre Braga juntam-se, agora, casos de acessos indevidos em Leiria e Coimbra.

Este caso tem já sete arguidos, entre os quais o assessor jurídico do Sport Lisboa e Benfica Paulo Gonçalves. Um dos arguidos, José Augusto Silva, funcionário do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ), ficou em prisão preventiva.

Na edição desta quarta-feira, 23 de maio, o “Jornal de Notícias” refere que os acessos foram detetados por uma auditoria feita pelo IGFEJ, que registou centenas de acessos ilegítimos ao sistema, a processos relacionados com o Benfica, mas também com o Futebol Clube do Porto e com o Sporting Clube de Portugal.

Operação em cinco regiões

No seguimento das investigações, foi desencadeada uma operação policial, a 6 de março, que investigava suspeitas dos “crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, violação do segredo de justiça, favorecimento pessoal e falsidade informática”, segundo informou a Procuradoria-geral Distrital de Lisboa.

A operação foi desenvolvida através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e no âmbito de um inquérito que corre termos no DIAP de Lisboa. Foram cumpridos seis mandados de buscas domiciliárias, um “mandado de busca a gabinete de advogado” – no caso, Paulo Gonçalves – e 21 mandados de buscas não domiciliárias. A operação envolveu cerca de 50 elementos da PJ – incluindo inspetores e peritos informáticos –, um juiz de instrução criminal e dois procuradores-adjuntos do Ministério Público. Foram realizadas 30 buscas nas áreas do Porto, Fafe, Guimarães, Santarém e Lisboa, “que levaram à apreensão de relevantes elementos probatórios”, refere a PJ.

As autoridades perseguiam a comprovação de indícios da “prática de acessos por funcionários a diversos inquéritos em segredo de justiça para obtenção de informação sobre diligências em curso, informações que eram depois transmitidas a assessor da administração de uma sociedade anónima desportiva a troco de vantagens”, segundo a Procuradoria-geral Distrital de Lisboa.

José Augusto Silva ficou em prisão preventiva, indiciado pelos crimes de corrupção passiva, favorecimento pessoal, peculato, burla informática, falsidade informática, nove crimes de acesso ilegítimo e mais quatro crimes de violação de segredo de justiça, estes em coautoria com Paulo Gonçalves. O assessor jurídico do Benfica ficou em liberdade, mas proibido de contactar com os outros arguidos do processo.

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