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Easypay faz parceria com a sul-africana FinChatBot para facilitar pagamentos pelas redes sociais

É o primeiro acordo que a empresa fundada pelos franceses Antoine Paillusseau e Romain Diaz faz em Portugal. “Os comerciantes vão poder vender e cobrar dentro do próprio chat sem ser necessário clicar num link e concluir a venda numa aplicação externa”, explica Sebastião Lancastre ao Jornal Económico.
18 Março 2021, 07h40

A Easypay assinou uma parceria com a fintech sul-africana FinChatBot para que os consumidores possam pagar diretamente as suas compras nas redes sociais, sem serem reencaminhados com um link para fora das plataformas e desistam a meio do processo. As empresas financeiras avançaram ao Jornal Económico (JE) que pretendem que os clientes tenham hipótese de pagar no exato local onde compram – no Facebook ou na WhatsApp – e não desistam na hora de pagar às marcas por causa da complexidade (ou medo) de serem levados para outro endereço.

Para isso, é preciso continuar a desmaterializar o dinheiro e criar ferramentas para as marcas. Neste caso, os vendedores passam a ter uma forma de assegurar que o consumidor não é obrigado a sair do chat no qual se encontra (entre os quais os chatbots na web) e consiga fazer a compra ali mesmo. É aí que entra a FinChatBot, que desenvolveu um chatbot próprio, com base em inteligência artificial, para o sector financeiro.

“A parceria consiste na fórmula 1+1=3. Isto é: quando juntamos a expertise de gerir conversas em chat com recurso à inteligência artificial com a expertise na gestão dos instrumentos de pagamentos, o resultado tem que ter um valor acrescentado. Os clientes da Easypay (comerciantes) vão poder vender e cobrar dentro do próprio chat sem ser necessário clicar num link e concluir a venda numa aplicação externa”, explica ao JE o cofundador e CEO da Easypay, Sebastião Lancastre. “A palavra confiança aqui é determinante, porque ela agrega também a segurança do próprio pagamento. Quem compra e quem vende querem ter a confiança de que a transação vai ser executada nos termos que forem acordados”, sublinha.

Fintech de Antoine Paillusseau chegou a Lisboa e está a recrutar 

A parceria com Easypay foi a primeira da FinChatBot em Portugal, mas mais virão. A fintech sul-africana, além ter ontem sido nomeada pré-finalista do programa da Microsoft/Portugal Fintech, é uma das novas inquilinas da Fintech House, em Lisboa. O empreendedor francês Antoine Paillusseau confirmou ao JE que a empresa se está a instalar em Portugal, a fechar os primeiros clientes e a começar a fazer contratações. “Estamos a assinar os nossos primeiros clientes em Portugal este mês e estamos a recrutar. Em relação aos clientes, fechámos um acordo com uma grande empresa há duas semanas”, contou o cofundador e CEO, sem levantar o véu sobre esse contrato.

Fundada em 2016 por Antoine Paillusseau e Romain Diaz, a fintech angariou em novembro 1,6 milhões de dólares (cerca de 1,3 milhões de euros) numa ronda de investimento encabeçada pela holding de capital de risco Saviu Ventures, que tem apostado em diversas startups de África. Este financiamento, no participaram ainda os investidores ‘da casa’ (Compass Venture Capital e Kalon Venture Partners), foi o necessário para que a empresa voasse para Portugal e arrecadasse ao todo 4,3 milhões de dólares (aproximadamente 3,6 milhões de euros), ao longo dos últimos quatro anos. da FinChatBot.

A FinChatBot – que tem Álvaro Amorim como rosto por trás do mercado português – garante que, ao implementar as suas soluções, os fornecedores de serviços financeiros reduzem os custos operacionais em mais de 60%, retêm melhor os clientes e reúnem mais dados sobre os mesmos. Questionado sobre as ambições da Easypay com este acordo, Sebastião Lancastre diz que o objetivo é quebrar a barreira dos 90% de conversão neste ambiente (online/redes sociais). “Isto significa que o pagamento terá que ser tão simples e tão rápido que vai permitir uma experiência sem fricção”, refere.

O gestor recorda que a Easypay sempre teve uma estratégia de desenvolvimento de parcerias, nomeadamente com programas de faturação (PHC Software, InvoiceExpress, Primavera BSS…), plataformas de e-commerce (Shopify, Woocommerce, Prestashop, Magento…) ou marketplaces, como a Kuantokusta ou a Volup.

“Todos aprendemos uma nova forma de trabalhar, de conseguir fazer negócios, parcerias à distância e, apesar de a Easypay já a usar desde 2007, é importante que o parceiro perceba a forma de pensar dos portugueses, que é bem diferente de qualquer outro povo. Não é melhor nem pior. É diferente. E essa diferença não se consegue transmitir em Zoom ou Teams. É preciso vivê-la, experimentá-la e compreendê-la para depois adaptá-la ao mercado”, afirma Sebastião Lancastre.

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