As recentes declarações de atletas que estão em Tóquio a puxar pelo ego nacional e patriota, lembram-nos os bons momentos em que o desporto se revelou o elo de ligação entre todos os portugueses, mesmo daqueles que o são por afinidade ou naturalização.

O tema não é de somenos importância, porque aquilo que o cidadão comum sabe sobre o berço da nossa nacionalidade é incrivelmente pouco. Há mesmo um enorme desinteresse sobre as raízes e sobre aquilo que queremos para o futuro em termos de cultura, língua e sociedade. O cidadão comum interessa-se pelo dia a dia, por aquilo que recebe de ordenado e como conseguirá pagar contas ou as férias, ou comprar um carro.

Mas as questões do nacionalismo são a melhor forma de manter uma sociedade equilibrada e justa, porque vai buscar aquilo que os nossos antepassados fizeram de melhor e de pior. Por isso, reescrever a história é um ato sem sentido. Pelo contrário, cria divisões entre os nacionais e, pior, cria anticorpos difíceis de ultrapassar. Acresce que fazer história à luz dos conhecimentos científicos, históricos e sociais de hoje é um erro crasso, uma vez que nos leva a uma atrofia sobre aquilo que conseguimos e somos no presente.

A história é para manter e a leitura contextualizada é a única correta. Ninguém quer coagir a liberdade de interpretação, mas é preciso saber qual o nível de conhecimento do momento em que tudo aconteceu no nosso percurso histórico. É fácil fazer prognósticos depois do jogo e dos acontecimentos.

Se as migrações são um tema da atualidade, para nós, portugueses, é um tema recorrente ao longo dos séculos. E também o tema da demografia, que recentemente surgiu como uma catástrofe nacional ao constatarmos que no último censos éramos menos 2%. Será que a culpa é da nossa política migratória ou da nossa política demográfica? Ou será da nossa sociedade pouco altruísta, em que os cidadãos estão preocupados com o seu bem-estar e menos com os sucessores? Todos nós teremos as nossas ideias, mas não deixa de ser o tema mais quente do momento.

Outra preocupação que precisa de solução imediata, e que foi evidenciada nos dois últimos comunicados da AEP – Associação Empresarial de Portugal, respeita à evolução das exportações nacionais que foram prejudicadas pelo impacto da pandemia. Ao nível das mercadorias tem estado a correr bem mas, no turismo, o colapso – e tudo o que lhe está ligado –  é total. E não sendo o fluxo de turistas controlado por nós, é diferente a inclusão nesta indústria de avultados custos de contexto, com destaque para o preço da eletricidade e do gás natural.

Ao nível da competitividade, a associação empresarial regista um aumento médio de 4% nos custos laborais e a menor apreciação nominal do euro, que foi da ordem de 1% no segundo trimestre de 2021. A AEP realça uma ligeira melhoria do índice de competitividade, mas “a deterioração da competitividade é pelos custos”. Outro risco prende-se com a inovação. Mas “a cereja no topo do bolo” é a intenção política de retirar os apoios públicos à economia, o que num ambiente de potencial subida de taxas de juro, apenas irá colocar uma “pedra” sobre algumas pequenas e micro empresas.