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Economia portuguesa deverá crescer 1,5% este ano, prevê Católica

Fragmentação do Parlamento pode afastar a apresentação de um Orçamento Retificativo este ano, “fruto dos riscos políticos envolvidos”, considera a Católica.
10 Abril 2024, 16h40

A Católica prevê que a economia portuguesa tenha crescido 0,5% em cadeia e 1,2% em termos homólogos no primeiro trimestre deste ano.

“Esta estimativa encerra alguma incerteza na medida em que os indicadores de alta frequência transmitem sinais mistos compatíveis com um crescimento mais elevado ou próximo da estagnação. A zona euro deverá ter estagnado em cadeia e em termos homólogos, apesar da ligeira melhoria da conjuntura”, segundo a nota hoje divulgada pelo Católica Lisbon Forecasting Lab – Necep.

Em termos de inflação, o país registou 2,2% no primeiro trimestre, acima do registado no trimestre anterior, “motivado pela subida dos preços da energia, mas abaixo do valor da zona euro no mesmo período (2,6%)”, com o Necep a destacar que a inflação subjacente “continua elevada, com uma taxa homóloga de 3.1% e uma variação em cadeia de 1.0% na zona euro em março que penaliza o objetivo de médio prazo de 2%”.

Apesar de a “ligeira degradação dos dados de inflação nos EUA e na Europa” não foram alteradas as expetativas em relação à política monetária: “os mercados de capitais parecem acreditar na proximidade da descida das taxas de juro, mas com menor intensidade face ao que previam no início do ano”.  As autoridades monetárias mantêm um discurso de prudência, reconhecendo a possibilidade de descida das taxas diretoras durante este ano, mas isso ainda não é óbvio, dependendo de novos dados”.

A taxa de desemprego deverá ter subido de 6,6% para 7% no primeiro trimestre, mas os analistas esperam que fique nos 6,5%.

A Católica reviu em alta o crescimento para este ano de 1% para 1,5%, “na sequência do crescimento robusto observado no quarto trimestre de 2023 (0.7%) e do previsto para o primeiro trimestre do ano”.

“O novo contexto político não parece alterar o essencial do cenário macroeconómico. Os fatores determinantes continuam a ser as elevadas taxas de juro e a fragilidade da atividade económica na zona euro, em particular na Alemanha e França. A possível melhoria do investimento, após um fraco desempenho em 2023, pode ser insuficiente para compensar o crescimento moderado das exportações, mesmo com uma situação relativamente favorável em Espanha, o nosso principal parceiro comercial”, pode-se ler.

“A fragmentação do Parlamento que resultou das últimas eleições legislativas tornou mais difícil a aprovação de documentos orçamentais por uma maioria qualificada. Desta forma, não é certo que venha a ser apresentado um Orçamento Retificativo para 2024, fruto dos riscos políticos envolvidos”, consideram.

Para 2025 e 2026, está prevista um crescimento de 1,8% e de 2%, “refletindo o regresso ao crescimento potencial
histórico da economia portuguesa no final do horizonte de projeção, altura em que os efeitos positivos da recuperação pós-pandémica e os efeitos adversos da inflação elevada e da subida dos juros se poderão ter dissipada”.

Lá fora, a economia da zona euro, “deverá ter um comportamento pior, com um ponto central do crescimento do PIB de 0.5% em 2024. Mantém-se, assim, o risco de uma recessão suave. Os riscos geopolíticos mantêm-se elevados com consequências incertas na conjuntura. E as eleições norte-americanas de novembro, bem como as europeias de junho, poderão agravar a dificuldade de gestão das crises pela comunidade internacional”.

 

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