A economia da Rússia continua a surpreender os economistas mais conservadores: o PIB só caiu 2,1% em 2022, ano em que começou a invasão da Ucrânia e em que todas as organizações internacionais previam uma recessão de até 10%. Em 2023, o PIB recuperou e cresceu 3,6%, com forte aumento do PIB per capita (devido à perda populacional). Em 2024, a economia está a caminho de expandir mais 3,3%, com o PIB per capita a aumentar 5,6%, em comparação com os 0,5% esperados na zona euro. Há poucos dias, o Banco Mundial avançou que a Rússia se tornou uma economia desenvolvida de acordo com os padrões da instituição.
Apesar das sanções ocidentais e dos problemas decorrentes de uma guerra no ativo, adianta o jornal “El Economista”, a Rússia ultrapassou os 14 mil dólares de rendimentos per capita, o limite que o Banco Mundial estabelece para considerar um país como desenvolvido.
“A Rússia entrou nas economias de alto rendimento. A atividade económica foi influenciada por um grande aumento na atividade militar em 2023, enquanto o crescimento também foi impulsionado por uma recuperação no comércio (+6,8%), no sector financeiro (+8,7%) e na construção (+6,6%). Esses fatores levaram a aumentos tanto no PIB real (3,6%) quanto nominal (10,9%)”, destacam os economistas do Banco Mundial, instituição acima de qualquer ‘suspeita’, dado ser uma organização com sede em Washington e controlada pelo capital financeiro ocidental.
Os dados mais recentes da atividade económica sugerem que o país continua a avançar em bom ritmo em maio, impulsionada pelo maior crescimento de alguns sectores. O crescimento da produção industrial passou de 3,9% na comparação anual em abril para 5,3% em maio. A produção mineira contraiu 0,3% em termos homólogos, enquanto o crescimento do sector transformador acelerou para 9,1% em termos homólogos. O ajuste sazonal da Rosstat, a agência de estatísticas russa, mostra um aumento de 2% mês a mês na indústria como um todo, o maior em mais de dois anos. Os dados de vendas no retalho divulgados esta quarta-feira foram um pouco mais suaves, com o crescimento desacelerando de 8,3% ano a ano em abril para 7,5%.
Os últimos indicadores de junho também foram fortes, com o PMI (Purchasing Managers Index, com base em dados económicos) da manufatura a recuperar para uma máxima de três meses e atingindo um dos seus níveis mais altos da década. A economia superaquecida está evidentemente a pressionar em alta a inflação, o que pode levar a outro aumento da taxa de juros pelo banco central no final deste mês, para 17%, antecipam alguns analistas ocidentais.
Um dos fatores que mais está a estimular a economia russa é a exportação de petróleo. As receitas do governo russo com a indústria petrolífera aumentaram quase 50% em junho em comparação com o ano anterior, à medida que os produtores do país se adaptaram às sanções internacionais e obtiveram preços mais alto face às condições de mercado.
Os impostos relacionados com o petróleo totalizaram 6,7 mil milhões de dólares no mês passado, de acordo com cálculos da Bloomberg com base em dados do Ministério das Finanças.
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