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Empresas alemãs, belgas e holandesas já pagam para depositar

As taxas negativas para depósitos de clientes já chegaram a três países do euro. Até agora, só os clientes empresariais estão a ser afetados.
7 Outubro 2016, 18h22

No centro da Europa, empresas como a Hamburger Stahltresor GmbH estão a trabalhar no limite. Da linha de produção, com três turnos, saem ininterruptamente cofres para uso doméstico, cujas vendas dispararam 25% na primeira metade do ano. O aluguer de cofres nos próprios bancos também disparou nos últimos meses. Ao contrário do que acontece em Portugal, na Ale manha, Bélgica e Holanda, a taxa média dos novos depósitos de empresas já está negativa. Ou seja, é preciso pagar para depositar dinheiro nos bancos.

A Holanda foi a primeira a transferir os custos de depositar dinheiro junto do Banco Central Europeu para os clientes. Em junho de 2014, a autoridade monetária europeia adotou um regime de taxas negativas nos depósitos dos bancos junto do Eurosistema de forma a incentivar a banca a concedere crédito à economia, promovendo assim o seu crescimento. Uma estratégia que continua à espera de dar frutos. Mais de um ano depois, em setembro de 2015, a Holanda torna-se no primeiro país da moeda única a praticar taxas médias negativas nos depósitos de clientes. Atualmente, as empresas holandesas cobram, em média, 0,09% nos depósitos de empresas, de acordo com os dados do Banco Central Europeu.

Mas esta é uma tendência que começa a ganhar expressão também noutros países do euro. Mais recentemente, as taxas de juro médias dos depósitos de empresas caíram para terreno negativo na Bélgica. Em julho, a taxa média caiu para -0,14% e, em agosto, subiu ligeiramente para -0,1%. Já no último mês, foi a vez de a Alemanha se juntar ao lote de países que praticam taxas de juro negativas nas aplicações dos clientes bancários. Depois de, em julho, a taxa média ter chegado a zero, em agosto, os juros caíram mesmo para terreno negativo, em -0,04%.

Para já, toda a banca do euro tem optado por não atingir os cli entes particulares com esta no va realidade. A taxa de juro média mais baixa para os depósitos de famílias é praticada na Irlanda, que oferece 0,13% para as aplicações de particulares. Em Portugal, esta taxa segue nos 0,38%, abaixo da média da zona euro que paga, em média, 0,54% pelas poupanças destes clientes. Já para as aplicações a prazo das empresas, a banca nacional oferece atualmente uma taxa média de 0,24%.

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