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Edifícios podem poupar cerca de 30% de água

Depois da eficiência energética é a vez da hídrica entrar no dicionário dos portugueses. É prioritário poupar na eletricidade mas também na água.
14 Outubro 2018, 09h00

Depois da eficiência energética é a vez da hídrica entrar no dicionário dos portugueses. Não é só na redução do consumo de energia que temos de nos centralizar, também a poupança de água é prioritária.

Em Portugal, estima-se que os custos das famílias com habitação, água, eletricidade e gás ultrapassem os 30% dos custos mensais e anuais totais das famílias, segundo dados do INE de Julho de 2017. Nos edifícios são previsíveis potenciais de poupança de água de 30%, a nível nacional e da União Europeia, apenas com a adoção de medidas de eficiência, incluindo sistemas de utilização de água mais eficientes, tirando partido das soluções, equipamentos e tecnologias inovadoras já ao alcance dos utilizadores, por comparação com os sistemas convencionais. Neste momento, o Governo prepara um diploma para que os edifícios novos ou reabilitados passem a ter uma rede de água residual tratada destinada a usos sanitários.

Conscientes já há muito tempo desta necessidade, a empresa portuguesa, VentilAQUA trabalha precisamente no desenvolvimento de um conjunto de tecnologias, normalmente enquadradas naquilo a que se designa “Advanced Oxidation Processes” ou processos/tecnologias de oxidação avançada, que permitem atacar os contaminantes mais complexos no tratamento das águas. Trata-se de uma empresa nacional de engenharia ambiental – especializada na conceção, construção, instalação, exploração e prestação de assistência técnica de estações de tratamento de águas residuais ETAR. Carlos Oliveira, CEO da VentilAQUA, garante que há claramente ações que podem ser implementadas no parque habitacional existente, e que se traduzem sobretudo em ações comportamentais e no correto manuseamento de alguns equipamentos menores de utilização diária (torneiras, caldeiras, circuitos de aquecimento mais eficientes, etc.).

“Temos de ter noção que tudo se pode fazer se houver equilíbrio financeiro para tal, isto é, se os custos forem de alguma forma compensados pelos proveitos. E na falta de proveitos, temos de aumentar os custos para reequilibrar a balança e fazê-la pender para justificar a reutilização. Enquanto a água for um bem ‘barato’, e isso é outro assunto e muito extenso, será difícil convencer a população a esforçar-se por poupá-la”, revela. O responsável esclarece ainda que depois, “temos de ter o distanciamento necessário para perceber que certas soluções aplicadas em regiões geográficas específicas podem não ser adequadas ou aplicáveis em outras regiões”.

O CEO da VentilAQUA adianta que o que está hoje em discussão, matéria lançada pelo atual Ministério do Ambiente, diz respeito à instalação de redes paralelas, em edifícios novos ou reabilitados, para utilização de águas reaproveitadas das ETARs públicas. “Temos de perceber primeiro do que se fala em concreto. Há muitos graus de liberdade neste tema e há, sobretudo, uma enorme distância entre aquilo que se faz hoje nas ETARs e aquilo que será necessário fazer no futuro para poder fornecer essas águas em condições de segurança e tranquilidade para as populações”, admite.

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