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EDP. Acionista chinês ganha mais poder no Conselho Geral e de Supervisão

A China Three Gorges tem vindo a reduzir a sua participação acionista na EDP, mas a com a redução do número de membros do Conselho Geral e de Supervisão passa a ter quase um terço dos votos neste órgão. O novo CGS deixa de ter ex-ministros, com João Talone a regressar à empresa agora como ‘chairman’.
14 Abril 2021, 19h10

A China Three Gorges vai passar a ter mais poder no Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da EDP. A assembleia-geral de acionistas aprovou esta quarta-feira, 14 de abril, a proposta de redução do número de membros do CGS de 21 para 16 membros.

Os novos membros foram aprovados por 81,56% dos acionistas presentes na assembleia-geral da EDP que teve lugar esta quarta-feira, 14 de abril, apurou o JE. Nesta reunião esteve presente 74,4% do capital social da elétrica portuguesa.

Apesar desta redução do CGS, a China Three Gorges mantém o número de membros (cinco): o seu peso  aumenta assim dos 23,8% para os 31,25% dentro do “órgão que assegura em permanência o acompanhamento e a supervisão da atividade da administração da sociedade”.

A CTG detém atualmente 19,03% do capital da elétrica, tendo reduzido a sua participação abaixo do patamar de 20% em janeiro deste ano. A CTG vendeu em janeiro 2,52% da EDP, encaixando cerca de 534 milhões de euros.

Inicialmente, a elétrica chinesa detinha, desde a sua entrada em 2012, 21,35% da empresa portuguesa, mas em 2017 chegou a atingir os 23,2%, um ano antes do lançamento da OPA sobre a EDP que acabou por falhar.

No comunicado divulgado ao mercado esta tarde, a EDP destaca o reforço na presença de membros independentes de 52% para 56% e ao aumento da diversidade de género na composição do CGS.

No novo CGS, o acionista espanhol espanhol da Oppidum Capital com 7,2% do capital, mantém os dois lugares com Fernando Masaveu Herrero a manter o seu assento, e alguém nomeado pela sociedade Draursa, com 12,5% dos votos.

Juntos, os dois maiores acionistas da EDP (CTG e Oppidum Capital) com um total de 26% do capital, contam com 43,75% dos votos no CGS.

Mas vários acionistas mais pequenos perdem o seu assento no CGS da elétrica, com a saída do BCP, Sonatrach (2,19%) e Senfora BV.

O novo CGS também fica marcado por não ter antigos políticos ou ministros nos seus assentos, depois da saída de Luís Amado, Eduardo Catroga, Augusto Mateus ou Celeste Cardona.

Já João Talone regressa à EDP – que liderou entre 2003 e 2006 -, mas agora na qualidade de ‘chairman’, substituindo Luís Amado no cargo.

E o que faz o Conselho Geral e de Supervisão? “É o órgão que assegura em permanência o acompanhamento e a supervisão da atividade da administração da sociedade, cooperando com o Conselho de Administração Executivo e com os demais órgãos e corpos sociais na prossecução do interesse social, nos termos previstos no Código das Sociedades Comerciais e nos Estatutos, sendo eleito pelos acionistas em Assembleia Geral”, explica a empresa.

Como vota o CGS? Os seus estatutos determinam que as deliberações são “tomadas por maioria dos votos dos membros presentes ou representados e dos que votem por correspondência”, com a votação a ser feita de “forma pública, salvo deliberação prévia em contrário”.

Os estatutos também determinam que “um membro do CGS não deve participar em qualquer votação em relação à qual tenha, por conta própria ou de terceiro, um interesse em conflito com o da Sociedade ou de uma Sociedade Dominada”.

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