A EDP registou uma subida de 1,5% nos lucros para os 518 milhões de euros até setembro. Este é o melhor resultado registado pela empresa para este período desde 2018 (297 milhões de euros).
Este resultado foi “totalmente suportado pelo bom desempenho das operações internacionais, com destaque para a atividade de energias renováveis na Europa, e das operações de redes de eletricidade no Brasil”.
Mas a operação portuguesa registou prejuízos superiores a 181 milhões: “A seca extrema (produção hídrica 63% abaixo do esperado) conjugada com os elevados preços de eletricidade no mercado grossista Ibérico neste período (€186/MWh, +137%), foram o principal contributo para o resultado líquido negativo em Portugal de -€181M nos 9M22”.
O EBITDA recorrente subiu 21% para 3.046 milhões de euros. Tirando variações cambiais, esta é uma subida de 15% “com forte contributo do crescimento na EDP Renováveis e nas redes de eletricidade no Brasil”.
Dissecando os resultados, o EBITDA recorrente nos segmentos agregados de produção hídrica, serviços a clientes e gestão de energia na Ibéria sofreu uma queda de 55% para 196 milhões, “impactado negativamente pela maior crise hídrica das últimas décadas, que gerou um desvio de 3,3 TWh na produção hídrica face ao expectável, num contexto de elevados preços grossistas de energia. Este efeito foi parcialmente mitigado pelo aumento da produção térmica e resultados positivos com otimização de portfolio na gestão de energia.
Por sua vez, a EDP Renováveis registou um crescimento de EBITDA de 62% (+€565m) para €1.482m, “suportado pelo aumento de recursos eólicos (+5 p.p.), maior capacidade instalada média (+9%) e maiores ganhos com a estratégia de rotação de ativos (+€112M) quando comparado com o ano anterior”.
Olhando para o EBITDA recorrente no segmento de redes de eletricidade, este “apresentou um crescimento de +20% atingindo o valor de €1.136M, impulsionado sobretudo pela subida de 75% do EBITDA das redes no Brasil, refletindo a atualização das receitas reguladas à inflação, o início da operação de duas linhas de transmissão, bem como o impacto cambial positivo no período”.
O Goldman Sachs tinha previsto um EBITDA de 2.955 milhões de euros e um lucro de 456 milhões de euros.
Por seu turno, a dívida líquida disparou 32% para 15.288 milhões de euros desde o final de 2021. Isto reflete “principalmente a aceleração do investimento, sobretudo em renováveis e redes de eletricidade, tal como definido no plano estratégico 2021-2025, e a apreciação do real brasileiro e do dólar americano”.
Já o investimento bruto duplicou para 5,5 mil milhões de euros até setembro, na sua grande maioria (96%) a destinar-se a energias renováveis e redes de eletricidade.
“Nas energias renováveis, nos últimos 12 meses, a EDP instalou +2,7 GW de capacidade, prosseguindo a bom ritmo a execução do seu plano estratégico, que prevê a instalação de 20 GW entre 2021 e 2025. Com a entrada na Ásia Pacifico no início de 2022 e a aquisição da carteira de projetos solares em desenvolvimento da Kronos, baseada na Alemanha, a EDP passou a ter projetos em operação e desenvolvimento em 29 mercados”, revela a companhia liderada por Miguel Stilwell de Andrade.
Os custos financeiros líquidos aumentaram 224 milhões para os 580 milhões, com o “custo médio de dívida a atingir os 4,3%, penalizado sobretudo pelo aumento da inflação no Brasil, que mais do que duplicou o custo da dívida em reais brasileiros. Excluindo a dívida denominada em reais brasileiros (14% da dívida consolidada), o custo médio da dívida aumentou de 2,4% para 2,6% no terceiro trimestre de 2022”.
Para terminar, a EDP recorda as duas emissões de obrigações verdes no valor total de 2,3 mil milhões este ano, feitas com base na “prudente política de financiamento”, que, juntamente com os dois mil milhões obtidos em 2021, elevaram a liquidez financeira da empresa para os 10,3 mil milhões de euros “cobrindo as necessidades esperadas de financiamento para lá de 2024”.
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