A EDP reagiu à decisão do Governo não avançar com a construção da barragem do Fridão, no rio Tâmega, remetendo a responsabilidade para o Executivo pelo cancelamento do projeto.
“A eventual decisão de não construir o Aproveitamento Hidroelétrico do Fridão é da total e exclusiva responsabilidade do Governo”, reagiu a EDP em comunicado divulgado esta terça-feira, 16 de abril.
Sobre a devolução do dinheiro já pago, a EDP diz que nunca afastou a possibilidade de receber o dinheiro de volta, que pagou aquando do concurso da barragem, no caso da construção da barragem ser cancelada, no valor total de 218 milhões de euros.
“Em nenhum momento a EDP admitiu a possibilidade de não avançar com a construção do AH Fridão sem que lhe fosse devolvido o montante pago ao Estado, em janeiro de 2009, como contrapartida financeira pela sua exploração por 75 anos”, declarou a elétrica.
Perante este cenário, a EDP declara-se “disponível para, de forma construtiva e com base num diálogo de boa-fé entre as partes, encontrar uma solução, deixando claro que não abdicará dos seus direitos, nem dos mecanismos de que dispõe para a defesa dos mesmos”.
A EDP reagiu assim ao anúncio feito hoje pelo Governo que a barragem do Fridão não vai ser construída. ” A decisão está tomada, a barragem não irá ser construída”, anunciou hoje o ministro do Ambiente no Parlamento.
“A própria EDP escreveu-nos por duas vezes a mostrar o desinteresse na construção da barragem. Consultado o PNEC [Plano Nacional de Energia e Clima até 2030], não encontra o Estado razão para contrariar a vontade seminal da EDP. O Estado não encontra motivos para que o Fridão seja construído”, afirmou João Pedro Matos Fernandes.
O ministro acredita que não existem razões para a EDP receber de volta o dinheiro que já pagou pela não construção da central hidroelétrica. “Face ao desinteresse da EDP, face ao que já aconteceu em Girabolhos, pela Endesa, e Alvito, pela EDP, o Estado acredita que não há razões” para a devolução da verba. “Estamos convencidos que não há lugar a qualquer restituição”, reforçou. Recorde-se que a EDP pagou um total de 218 milhões de euros em 2009.
Matos Fernandes explicou que a EDP propôs construir uma barragem de “menor dimensão”, mas que o “código de contratação pública não o permite: houve um concurso e tem de ser respeitado”.
A decisão de não avançar para a construção da barragem por parte do Governo foi tomada “independentemente da necessidade da reserva de água”. Mas o Executivo considera que existem alternativas para produzir eletricidade que exijam “investimentos menores e com impactos ambientais menores”.
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