O EDP Energy Starter fechou o primeiro track da 9.ª edição com o Open Day. Este track, Redes de Futuro, terminou com cerca de 200 candidaturas, das quais apenas oito foram selecionadas para avançarem com projetos-piloto com a EDP.
António Coutinho, CEO de Inovação da EDP, afirmou ao Jornal Económico (JE) que a empresa faz isso “para encontrar as melhores soluções que existem no mercado, de forma a conseguirmos estar à frente e incorporarmos soluções no nosso negócio”.
“Muitas vezes, o grande desafio da transição energética é fazer as coisas mais depressa com as tecnologias que já temos”, sublinhou. “As tecnologias existentes já nos permitem reduzir em 70% as emissões; o que é preciso fazer é simplesmente adaptar e escalar essas soluções de acordo com a necessidade para a transição energética. Aqui, a inovação tem um papel muito importante, porque não é invenção, é pegar numa solução, dar-lhe escala e adaptá-la”, afirmou.
A iniciativa contou com cerca de 200 candidaturas, sendo que os projetos serão aplicados onde a empresa tem redes, que são em Portugal, Espanha e Brasil. Foram selecionadas oito startups de cinco países diferentes: Camlin, do Reino Unido; Earthgrid, dos Estados Unidos; Fox IoT, do Brasil; Phoenix Boring, dos Estados Unidos; Repath, da Alemanha; Sensewaves, de França; Toumetis, dos Estados Unidos; e Voltquants, do Reino Unido.
As startups enfrentam alguns desafios, sendo o primeiro “fazer-se ouvir”. “É importante perceber de que forma a sua solução resolve um problema e se esse problema realmente existe. Há imensas startups que têm tecnologia à procura de um problema, e são as primeiras a morrer no processo de seleção”, sublinha António.
A empresa já está muito focada na procura de startups que apresentem soluções para problemas que a afetam, contudo, o número de candidaturas por track é muito variável, uma vez que “o próprio mercado tem ciclos”. “A área de redes era uma das mais difíceis de encontrar startups; desta vez, temos boas startups, com soluções de hardware, como, por exemplo, para fazer túneis mais depressa para passar cabos, sem ter de esburacar a cidade toda para reforçar redes”, refere.
Tecnologia é uma palavra-chave para estas startups, contudo, António salienta que “tecnologia sem escala é só uma boa ideia”. “Nunca devemos separar o tema da tecnologia do tema da adoção. Há uma série de coisas que podem ser feitas, mas que não substituem, em custo, conforto e segurança, o que já existe. Não basta ter uma tecnologia; não basta eu poder fazer isto.”
Na 9.ª edição do programa, é feito um balanço positivo, uma vez que “a própria longevidade do programa” mostra isso. “Estamos a fazer cada vez mais pilotos, o que é a prova do sucesso do programa.”
O programa conta com várias fases em cada track, sendo elas a seleção das startups, um bootcamp, onde é dada a oportunidade de trabalhar com gestores da EDP e representantes de várias áreas de negócio para acelerar o desenvolvimento de projetos-piloto, e por fim um Open Day, no qual as startups são convidadas a fazer o seu pitch.
A EDP tem apostado em vários projetos deste tipo, tendo já demonstrado resultados significativos em projetos de inovação com startups, contabilizando mais de 150 projetos-piloto, 40 implementações comerciais e 30 investimentos de capital de risco, gerando cerca de 140 milhões de euros em negócios.
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