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EDP investe 3,5 milhões de euros em central fotovoltaica flutuante no Alqueva até 2020

Projeto para o Alqueva tem “uma escala industrial”, estando previstos 11.000 painéis solares e uma estimativa de produção anual de 6.000 MWh.
  • Cristina Bernardo
3 Junho 2019, 09h13

A EDP pretende investir 3,5 milhões de euros numa central fotovoltaica flutuante no Alqueva, com 11.000 painéis e uma produção estimada de 6.000 MWh, replicando em escala industrial o projeto da barragem do Alto Rabagão (Montalegre).

Em declarações à agência Lusa, o presidente da EDP Produção, Rui Teixeira, afirmou que o projeto piloto da central fotovoltaica flutuante no Alto Rabagão, em teste desde novembro de 2016, “superou as expectativas”, com uma produção 6% acima do previsto desde o seu arranque e uma eficiência maior do que as soluções similares em terra.

Por isso, a EDP pretende agora avançar para um novo projeto no Alentejo, mas com maior escala e complexidade, uma vez que o Alqueva é uma central hídrica com sistema de bombagem, que permite a reutilização da água para geração de eletricidade.

“Começámos a pensar em escalar esta solução [do Alto Rabagão], aproveitando outras albufeiras que temos em Portugal. E o Alqueva é uma das zona com melhor radiação solar no país e permite a instalação dos painéis sem ter muitas sombras”, explicou o administrador da EDP à Lusa.

O projeto para o Alqueva tem “uma escala industrial”, adiantou, referindo que estão previstos 11.000 painéis solares – que compara com 840 na barragem transmontana – e uma estimativa de produção anual de 6.000 MWh (face aos 300 MWh do piloto no Alto Rabagão), o equivalente ao consumo de um quarto da população de Portel e de Moura.

Esta central fotovoltaica flutuante servirá ainda para testar duas novas possibilidades: acoplar aos painéis solares baterias de iões de lítio para acumular energia e ser utilizada nas horas em que não há produção solar e otimizar o sistema, aproveitando a existência de bombagem.

“Um segundo teste é o conceito da hibridização do solar flutuante com a hídrica com bombagem”, disse, explicando que, tendo em conta o que acontece em outros mercados com forte produção solar, como a Alemanha, “faz sentido ter capacidade de produção solar para alimentar a bombagem”.

Em declarações à Lusa, Rui Teixeira enquadrou este novo investimento da empresa na “posição de liderança que a EDP tem assumido na transição energética”, através da “capacidade de antecipação em investir em novas tecnologias”.

Neste momento, o projeto está em consulta pública, tendo depois que ser apreciado pela Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG).

De acordo com o responsável, se forem obtidas as autorizações, “o objetivo é em 2020 instalar o projeto”, com um investimento estimado de 3,5 milhões de euros.

Já o projeto do Alto Rabagão continuará com “características de piloto”, servindo como “uma laboratório vivo para testar tecnologia pioneira a nível europeu” por testar a complementaridade entre a energia solar e hídrica.

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