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EDP vai fechar central a carvão de Sines em janeiro de 2021

A decisão foi anunciada esta terça-feira pelo grupo EDP. Companhia estuda participação em desenvolvimento de projeto de hidrogénio verde em Sines.
  • Cristina Bernardo
14 Julho 2020, 07h52

A EDP anunciou hoje que vai encerrar a central a carvão de Sines em 2021. Depois de fechar esta central, a companhia pode vir a participar no projeto de hidrogénio verde que está a ser planeado para Sines, possibilidade que ainda está a ser estudada pela EDP.

“No caso da central de Sines (1.180 MW), que não produz energia desde Janeiro 2020, é hoje entregue uma declaração de renúncia à licença de produção, para encerramento em Janeiro de 2021. Até esta data, a central produzirá o estritamente necessário para a queima do carvão armazenado”, anunciou a companhia esta terça-feira

A EDP diz que entregou hoje à Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) “uma declaração de renúncia à licença de produção para que possa encerrar a sua atividade em janeiro de 2021”.

A elétrica diz que esta decisão  foi tomada “num contexto em que a produção de energia depende cada vez mais de fontes renováveis. Além disso, com o crescente aumento dos custos da produção a carvão, aliado a um agravamento da carga fiscal, e com a maior competitividade do gás natural, as perspetivas de viabilidade das centrais a carvão diminuíram drasticamente”.

Para o futuro pós-encerramento da central, a EDP assume que está “agora a avaliar o desenvolvimento de um projeto de produção de hidrogénio verde em Sines, em consórcio com outras empresas”.

“A decisão de antecipar o encerramento de centrais a carvão na Península Ibérica é assim uma consequência natural do processo de transição energética, estando alinhada com as metas europeias de neutralidade carbónica e com a vontade política de antecipar esses prazos”, disse em comunicado Miguel Stilwell d’Andrade, presidente executivo interino da EDP.

Em Espanha, a companhia anunciou que vai encerrar a central de Soto de Ribera (346 megawatts). Já a central de Aboño será alvo de modificação no seu uso: o grupo 1 (342 MW) será alvo de conversão de carvão para gases siderúrgicos até 2022. Já o grupo 2 (562 MW) ficará a funcionar como central de retaguarda de forma a garantir o “apoio a indisponibilidades, contribuindo assim para uma economia mais circular”.

Nestes processos de encerramento e reconversão a EDP garante que “respeitará integralmente todas as responsabilidades de índole laboral. Adicionalmente, a EDP está empenhada em contribuir activamente para que as regiões onde estão localizadas estas instalações possam beneficiar do Fundo para a Transição Justa na sua reconversão económica e ambiental. Este é mais um contributo decisivo da EDP para a descarbonização da economia, reafirmando a sua liderança na transição energética com criação de valor para os seus stakeholders”.

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