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Equipa comercial de Trump tem uma meta de assinar 90 acordos em 90 dias mas mercado está céptico

A notícia da Reuters dá conta que o assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, e arquiteto das tarifas norte-americanas respondeu na Fox Business Network na sexta-feira que Scott Bessent, o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, e o secretário do Comércio, Howard Lutnick, poderiam realizar o trabalho. “Portanto, vamos fechar 90 negócios em 90 dias. É possível”, disse.
12 Abril 2025, 13h08

A notícia foi avançada pela Reuters. A administração Trump impôs um novo desafio que é o de alcançar 90 acordos comerciais em apenas 90 dias.

A administração do presidente Donald Trump quer fechar 90 acordos comerciais em 90 dias, mas os desafios para resolver rapidamente a guerra comercial do presidente já se notam, refere a notícia. Isto porque  responsável comercial da União Europeia, Maros Sefcovic, estará na segunda-feira entre os primeiros responsáveis ​​do comércio externo a vir a Washington para negociações urgentes sobre as elevadas tarifas anunciadas por Trump a 2 de abril. O bloco europeu está entre os maiores parceiros comerciais dos EUA, com quase um bilião de dólares em comércio bilateral no ano passado.

A meta ambiciosa, anunciada após uma pausa estratégica nas tarifas impostas a vários parceiros comerciais, já está a levantar dúvidas entre especialistas e no mercado de capitais sobre a sua viabilidade.

A Reuters escreve que quando Maros Sefcovic chegar, o principal negociador tarifário de Trump, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, estará em Buenos Aires para mostrar apoio às reformas económicas da Argentina, em vez de estar Washington, embora a Argentina seja responsável por apenas 16,3 mil milhões de dólares de comércio anual total com os EUA.

A ausência de Bessent na segunda-feira sublinha dúvidas entre os especialistas comerciais sobre a eficácia com que o governo consegue gerir tantas negociações simultâneas e as perspetivas gerais de fechar 90 acordos em 90 dias.

“Tomar estas decisões exigirá negociações sérias”, disse à Reuters Wendy Cutler, ex-negociadora-chefe do Representante Comercial dos EUA, que dirige o Asia Society Policy Institute. “Não há forma de, durante este período, fazermos um acordo abrangente com qualquer um destes países”, defende.

A notícia dá ainda conta que o assessor comercial da Casa Branca, Peter Navarro, e arquiteto das tarifas norte-americanas respondeu na Fox Business Network na sexta-feira que Scott Bessent, o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, e o secretário do Comércio, Howard Lutnick, poderiam realizar o trabalho. “Portanto, vamos fechar 90 negócios em 90 dias. É possível”, disse.

Em última análise, Trump, “o chefe, será o negociador-chefe. Nada é feito sem que ele analise com muito cuidado”, disse Peter Navarro.

Trump iniciou a contagem decrescente de 90 dias esta semana quando interrompeu a implementação de tarifas mais elevadas para muitos países depois de os mercados financeiros terem entrado em parafuso devido aos receios de recessão e inflação, entre outros factores.

O presidente dos EUA considera que a pausa de 90 dias permitiria aos países chegar a acordos bilaterais com os EUA.

Recuperar a confiança dos mercados financeiros é outro objectivo crítico durante os 90 dias. Os investidores venderam esta semana títulos do Tesouro dos EUA, elevando as taxas de juro dos títulos soberanos e desvalorizando o dólar, por receio de uma recessão nos EUA e do ressurgimento da inflação. O ouro, um refúgio para os investidores em tempos de crise, atingiu um máximo histórico.

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