Os aeroportos do futuro e o setor da aviação serão, cada vez mais, tecnológicos. Os aviões anteveem-se menos poluidores graças ao biocombustível, numa primeira fase, e à eletricidade, numa segunda fase, quando as baterias alcançarem a leveza necessária para que consigam ganhar asas. Nas infraestruturas aeroportuárias, os entendidos estimam ainda que os materiais usados para construir as novas pistas deverão permitir que um avião gaste muito menos combustível a decolar e aterrar, baixando assim a pegada de cada viagem.
A inteligência artificial será parte (ainda mais) integrante desses projetos. Assistentes virtuais, lojas automáticas, voos sempre com wi-fi, redes 5 G e robôs circularão entre os passageiros para dar indicações, drones podem prestar os serviços de segurança e antecipar uma gestão de crise através da leitura comportamental, máquinas farão o despacho da bagagem ou tratarão da limpeza com minúcia.
As filas para mostrar o passaporte ou passar no tradicional detetor de metais podem deixar de fazer sentido. Pelas impressões digitais, íris ou reconhecimento facial, a leitura dos dados será feita de forma individual e sem constrangimentos ou demoras. Também graças ao uso de melhor tecnologia deixará de ser preciso tirar o computador da mochila, despir o casaco, tirar as botas ou os sapatos.
A inteligência artificial pode gerir melhor os recursos disponíveis em cada momento e adaptar um aeroporto ao pico de passageiros. Por exemplo, a alta frequência de turistas pode fazer disparar um alerta diretamente para a rede de táxis, os TVDE, comboios ou autocarros para que reforcem a frequência.
Num país como o nosso, em que o turismo continua a crescer e a hotelaria a registar altas taxas de ocupação – como aconteceu no Algarve na semana dos feriados de junho- , os robôs darão uma ajudinha a atender melhor e de forma mais célere.
Hoje, os passageiros que usam o aeroporto da Portela já só sonham com um aeroporto eficiente e sem filas. Mas o futuro, a acreditar nas previsões tech, tem tudo para ser descomplicado. E melhor: antevê-se ainda que estas infraestruturas passem a ser um espaço de lazer e de diversão, com tempo disponível para usufruir de um jardim, spa ou até um sono com qualidade.
Para isso, vai contribuir a redução do ruído e mitigação das alterações ambientais provocadas pelos aeroportos do futuro. E nesse campo de tiro, Alcochete tem muitos desafios para vencer: não só terá de ser alvo de um novo estudo de impacto ambiental, porque o anterior já caducou, como, tendo em conta que está situado entre sobreiros, reservas de aves e lençóis freáticos, tem de cuidar de forma muito cautelosa da sustentabilidade. Nesse aspeto, os robôs não farão tudo, mas podem ajudar, e muito, a inteligência humana.