Esta é uma semana diferente. Uma semana em que os bancários estão em protesto, um pouco por todo o país. Apesar de desde Outubro termos vindo a insistir com a administração, de um dado banco, de que o movimento de redesenho organizativo, pela sua aparente profundidade, era uma verdadeira reestruturação, tal não foi reconhecido como tal, até muito recentemente. O que é pena, pois queremos negociar, encontrar as melhores soluções, em consenso e valorizando o trabalho e o empenho dos trabalhadores bancários que tanto, mas tanto deram de si ao banco.
Uma semana diferente, porque defendemos o respeito pelos contratos livremente assinados entre as partes. Incluindo, como não poderia deixar de ser, os contratos de trabalho. O respeito pelos contratos, livremente assinados entre as partes, constitui uma peça fundamental que distingue uma sociedade civilizada da barbárie. A confiança entre parceiros sociais, entre os seres humanos é o cimento que tornou possível os nossos antepassados deixarem as cavernas e criarem as sociedades modernas.
Uma semana em que honramos a galhardia, o profissionalismo e a coragem dos trabalhadores bancários, verdadeiros apanágios de profissionalismo, dedicação e empenho à empresa, aos clientes e aos portugueses.
Uma defesa em que reafirmamos a nossa preferência por processos de redimensionamento voluntários, com enfoque nas reformas antecipadas, na redução dos contratos com fornecedores externos de serviços (e sua atribuição a trabalhadores bancários) e em processos abertos de rescisões por genuíno mútuo acordo. E em que tais processos decorrem de forma faseada, no tempo, sem pressas exageradas nem o “queimar” de etapas que retiram tranquilidade e serenidade a processos sempre complexos.
Porque acreditamos na centralidade da pessoa humana, porque repudiamos extremismos, porque temos no nosso ADN o diálogo social, acreditamos que a razão e o bom senso prevalecerão.
O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.