A sustentabilidade tornou-se uma das palavras mais relevantes na nossa era, tornando-se uma preocupação central e prioridade para os conselhos de administração da maioria das organizações, resultado da evolução e alteração de hábitos, comportamentos e preferências dos consumidores e da crescente regulação governamental.

Este enorme desafio pode, ao mesmo tempo, ser uma oportunidade para as marcas de produtos de consumo e retalhistas atingirem os seus objetivos de sustentabilidade, fazendo da embalagem uma alavanca estratégica para diferenciar a sua marca, à luz dos consumidores e da sociedade, e melhorar o seu desempenho sustentável.

Ao longo destes últimos dois anos temos regularmente monitorizado as alterações de hábito e comportamento dos consumidores através do EY Future Consumer Index (EY FCI). Na última vaga do estudo – novembro de 2021 – 55% dos consumidores disseram considerar a capacidade de reciclar ou reutilizar embalagens e o produto, na tomada de decisões de compra. Esta evidência está totalmente alinhada com os resultados observados de que 55% do crescimento total do mercado de produtos de consumo (CPG) de 2015 a 2019 provém de marcas que investem em sustentabilidade.

Tornou-se, assim, comum observar, na maioria das grandes empresas de marcas de produtos de consumo e retalhistas, o seu compromisso para com a adoção de embalagens sustentáveis, quer pelo aumento do conteúdo reciclável, quer pela minimização das embalagens ou reutilização dos seus materiais.

Esta mudança para a utilização de embalagens sustentáveis está também a ser impulsionada por diversa regulamentação, de que são exemplo central: a regulamentação criada pela União Europeia (UE, janeiro de 2021) sobre embalagens de plástico não recicláveis e a proposta de regras de divulgação de empresas relativamente a riscos ambientais e climáticos, criada pela Comissão de Segurança e Intercâmbio dos EUA (SEC, junho de 2021).

Face a toda esta pressão, tornou-se imperativo para os retalhistas e marcas de produtos de consumo, conseguir responder à questão: como adotar as embalagens sustentáveis para cumprir requisitos de sustentabilidade e atingir objetivos estratégicos?

A análise e reflexão estratégica que temos vindo a conduzir nos últimos anos levou-nos a sistematizar cinco pilares do design de embalagens sustentáveis:

Redução: embalagem com menos material do que a iteração anterior

Reutilizável: pode ser usada várias vezes, mantendo a integridade funcional

Reciclável: feita a partir de novos materiais e pode ser reciclada após utilização

Reciclada Pós-consumo (PCR): feita a partir de materiais reciclados recolhidos após utilização do consumidor

Compostável: materiais que se degradam ou se decompõem quando colocados num pós-uso de compostagem.

Esta transformação nas marcas de produtos de consumo e retalhistas implica a necessidade de adotar uma nova mentalidade, novos métodos e ferramentas, as quais permitam:

  • repensar a embalagem: inovar no design das embalagens, de não recicláveis para recicláveis ou utilizando materiais totalmente diferentes;
  • repensar o produto: inovar no design do produto, alterando as necessidades de embalagem, mantendo ou melhorando a experiência do utilizador;
  • repensar o modelo de negócio: inovar no design do sistema, utilizando embalagens recarregáveis ou alterando a localização da produção aproximando-a do consumo para prevenir e minimizar resíduos de embalagens.

Esta nova mentalidade terá de ser acompanhada por métodos de Enterprise Design Thinking e uma abordagem Human-centered que permitam estabelecer uma visão de longo-prazo e objetivos que envolvam toda a organização, estabeleçam uma cultura empreendedora que fomente a inovação e a mudança, criem parcerias que estendam a capacidade e competências organizacionais, promovam a colaboração entre toda a empresa e a agilidade interna, e suportem a transformação pela inovação iterativa. É com estes princípios em mente que este ano a EY é parceira do Novo Verde Packaging Enterprise Award, participando e contribuindo ativamente para o “Rethink and Repack: novas tendências no setor das embalagens” – 8 de março de 2022 -, um desafio direcionado às empresas fabricantes de embalagens, com o objetivo de encontrar as melhores soluções que cumpram os desígnios da economia circular.