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Embargo petrolífero ao ocidente fora dos planos da Arábia Saudita

O país, que é o maior exportador de petróleo do mundo, tinha afirmado no fim de semana que, caso os EUA implementassem sanções pela morte do jornalista Jamal Khashoggi, irá retaliar.
22 Outubro 2018, 16h24

O ministro da Energia da Arábia Saudita garantiu, esta segunda-feira, que não o país não está a planear um embargo petrolífero aos consumidores ocidentais como o realizado em 1973. Em entrevista à agência noticiosa russa TASS, Khalid al-Falih falou ainda sobre o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.

“Não há essa intenção”, disse Falih, quando questionado sobre se o embargo petrolífero se poderia repetir, após a crise diplomática gerada em torno da morte do saudita crítico da coroa e que vivia nos EUA, onde trabalhava para jornais como o Washington Post.

Os EUA têm criticado o príncipe saudita Mohammed bin Salman e oficiais do país defenderam, este domingo, que o assassinato de Khashoggi foi ordenado pela coroa. A administração liderada por Donald Trump estará, por isso, a estudar a imposição de sanções à Arábia Saudita.

O país, que é o maior exportador de petróleo do mundo, tinha afirmado no fim de semana que, caso sejam implementadas sanções, irá retaliar. “Este incidente irá passar. A Arábia Saudita é um país muito responsável, que durante décadas usou as políticas petrolíferas como ferramenta económica responsável e isolada da política”, disse agora Falih.

“O meu papel enquanto ministro da energia é implementar o papel responsável e construtivo do meu governo e estabilizar os mercados energéticos globais em conformidade, contribuindo para o desenvolvimento económico global”, sublinhou o ministro, acrescentando que uma subida dos preços do petróleo iria desacelerar a economia global e levar a uma recessão.

A crise do petróleo de 1973 começou quando produtores árabes liderados pela Arábia Saudita colocaram um embargo de petróleo aos países ocidentais que apoiavam Israel na guerra com o Egito, visando o Canadá, o Japão, a Holanda, o Reino Unido e os EUA.

Os preços do petróleo subiram, tal como aconteceu mais tarde, em 1979, devido à revolução iraniana. Em contrapartida, o embargo levou ao desenvolvimento de novas províncias petrolíferas fora do Médio Oriente e incentivaram o uso de energias alternativas.

“Se os preços do petróleo ficarem muito altos, desacelerará a economia mundial e desencadeará uma recessão global. E a Arábia Saudita tem sido consistente nas suas políticas. Trabalhamos para estabilizar os mercados globais e facilitar o crescimento económico global. Essa política tem sido consistente há muitos anos”, defendeu o ministro.

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