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Empreendedores australianos são quem mais teme que alterações climáticas prejudiquem as suas empresas

Os incêndios florestais que devastam parte da Austrália já representam uma fatura próxima dos 630 milhões de euros para o setor segurador. Preocupação pelas alterações climáticas é 48% mais elevada que a média global.
DR Getty Images
21 Janeiro 2020, 17h35

Cerca de 81% das empresas australianas acreditam que as alterações climáticas vão prejudicar as suas empresas, a percentagem mais elevada entre os 19 países inquiridos de acordo com um estudo da Deloitte citado, esta terça-feira, pela Reuters.

Seria de esperar que esta fosse a principal preocupação dos empreendedores do outro lado do globo visto que desde agosto que os incêndios se têm alastrado pelo país. Até agora, estima-se que 29 pessoas tenham morrido e mais de mil milhões de animais tenham sido afetados, destruindo 2.500 casas e queimando uma área florestal semelhante a um terço da Alemanha.

De acordo com as conclusões do estudo, as preocupações são 48% mais elevadas do que a média global.

“As empresas precisam demonstrar aos investidores que estão a tomar as medidas apropriadas para reduzir a sua exposição”, disse Robert Hillard, diretor de estratégia e inovação da Deloitte Austrália.

Na segunda-feira, Morrison aumentou o financiamento de emergência para pequenas empresas atingidas pelos incêndios, já que os custos crescentes do desastre colocam em dúvida a capacidade do governo de entregar um superávit orçamentário prometido.

Granizo, tempestades e centenas de milímetros de chuva atingiram a Austrália nesta semana, mas os incêndios continuam a arder.

Fogos na Austrália custam já 630 milhões de euros às seguradoras

A Sedgwick, seguradora e consultora global de risco está a colaborar com o Conselho de Seguradores da Austrália (ICA) e de acordo com Brendan Rowbotham, diretor-geral da Sedgwick Austrália, a magnitude dos incêndios registados terá um impacte “importante e de longo prazo” no setor segurador, com perdas já estimadas em 700 milhões de dólares (630 milhões de euros) para esta indústria.

Segundo o jornal The Guardian, que cita uma especialista da Moody´s Analytics, os fogos que desde agosto queimam parte da costa leste e sul da Austrália já causaram danos económicos que excedem 4, 4 mil milhões de dólares calculados em perdas da tragédia resultante do ‘Sábado Negro’, de 2009.

O custo económico dos fogos das últimas semanas na zona leste e sul da Austrália já ultrapassou os cinco mil milhões de dólares australianos (cerca de três mil milhões de euros), indicaram as primeiras estimativas.

O valor total ainda está longe de ser conhecido, especialmente porque dezenas de fogos continuam ativos em vários pontos do país, mas as estimativas iniciais apontam para um custo elevado para a economia australiana, noticiou a imprensa australiana.

O turismo e a agricultura são as atividades económicas mais afetadas, de acordo com uma análise da agência de análise financeira norte-americana Moody’s, mas especialistas anteciparam igualmente uma queda geral na confiança dos consumidores, o que vai ampliar os efeitos na economia.

A agência lembrou que a época de incêndios ainda se vai prolongar durante pelo menos dois meses, o que implica que o custo poderá aumentar significativamente, especialmente quando as primeiras avaliações detalhadas de zonas destruídas forem concluídas.

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