Desde logo é preciso contextualizar, mais emprego, maior participação laboral e subida dos rendimentos são em teoria bons para o movimento de médio longo prazo em Wall Street, uma vez que indiciam um crescimento económico robusto que no final das contas beneficia as empresas.
Contudo, como temos verificado nos últimos anos esses dados positivos nem sempre têm sido bem recebidos pelos investidores, viciados e sedentos de uma política monetária extremamente acomodatícia e que tem suportado uma subida dos índices desde os mínimos registados em 2009, de uma forma que poucos se atreveriam a prever.
Numa altura em que o sentimento estava dividido quanto à força da recuperação económica e depois dos números relativos ao emprego privado do ADP, que indicavam uma fraqueza do mercado laboral em julho, os non-farm payrolls vieram colocar ainda mais sal no cozinhado do debate com 943 mil novos postos de trabalho contra os 870 mil esperados.
À partida, isto vem colocar novamente alguma pressão adicional para que, após as férias de verão, as reuniões da Reserva Federal sejam ainda mais concorridas, em termos da dualidade de opiniões entre os membros do board, nomeadamente os que querem aguardar mais algum tempo e os que consideram que é altura para se começar a reduzir os estímulos, com os dois campos agora bem mais equilibrados.
Mas, para já, o efeito no comportamento da sessão de sexta-feira está a ser algo contido, na prática uma continuação do ziguezague da rotação de capital a que se assistiu esta semana, desta feita com as tecnológicas a serem mais fustigadas com a pressão vendedora, devido à possibilidade de os juros aumentarem. Por seu lado, o S&P500 e o Dow Jones conseguem amealhar ganhos, mas sem grande expressividade, validando o que tinha indicado recentemente sobre a pouca pretensão para movimentos mais significativas nesta altura de menor volume.
No mercado cambial o dólar americano valoriza 0,3%, o que poderá condicionar o movimento dos touros, enquanto que nas matérias-primas o destaque vai para a queda do preço do ouro, que cede -2,1% para os 1,771 dólares por onça num sinal de que a procura por activos refúgio está fora dos planos dos investidores na sessão final desta semana.
O gráfico de hoje é do EUR/USD, o time-frame é diário.
Caso o par de moedas quebre em baixa, a linha azul pode validar um sinal bearish se não ocorrer uma reconquista dessa mesma linha nos próximos dias.
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