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Empresa que quase desapareceu nos fogos de 2017 ganha projeto no mercado do Bolhão

Empresa praticamente desapareceu nos grandes fogos de outubro de 2017, mas conseguiu renascer das cinzas. Projeto do Bolhão está orçado em um milhão de euros.
12 Março 2019, 19h53

Empresa familiar portuguesa renascida das cinzas dos incêndios de 2017, líder na Europa e responsável por obras internacionalmente reconhecidas como os Passadiços de Paiva ou o edifício RedBridge School, o mais alto edifício construído em madeira em Portugal, foi escolhida para a reabilitação do emblemático mercado municipal do Bulhão.

Avaliada em cerca de um milhão de euros, a obra prevê a reparação, reforço e consolidação de todo o madeiramento da cobertura, limpeza e tratamento dos elementos existentes, assim como a substituição de elementos degradados, revela a empresa em comunicado.

A executar pela Carmo Estruturas, a intervenção no mercado do Bulhão contempla ainda a substituição integral do forro de cobertura, utilizando madeira de pinho tratada e madeira de sucupira, de acordo com as especificações do projeto de arquitetura.

Para Jorge Milne e Carmo, presidente da Carmo Wood, esta escolha “é mais um sinal de reconhecimento do expertise da empresa que soma obras e projetos de renome nacional e internacional – é o caso dos Passadiços do Paiva, distinguidos, entre outros, com o World Travel Award, o galardão mais importante no Turismos a nível mundial”.

“É simultaneamente a prova de que a Carmo Wood tem feito um trabalho ímpar no sentido de antecipar e responder às necessidades do mercado, desenvolvendo e disponibilizando soluções que respondam a exigentes requisitos de performance, sendo ao mesmo tempo ambientalmente sustentáveis.”

A Carmo Wood, inserida na fileira florestal, assume que toda a matéria-prima com que trabalha é proveniente de florestas sustentáveis. A empresa tem como ambição dar continuidade ao seu plano de expansão e posicionar-se, a curto prazo, entre as 10 maiores empresas a nível europeu neste segmento.

O grupo iniciou a sua atividade industrial em 1980 mas a sua ligação ao sector dos produtos químicos é anterior a 1955, ano em que é fundada a Anglo Portuguesa de Produtos Químicos, empresa pioneira no desenvolvimento do tratamento industrial de madeiras, quer em Portugal continental e ilhas, quer em países africanos de língua oficial portuguesa como fornecedores de produtos químicos e know-how.

A sua atividade industrial teve início com a produção de madeiras redondas, tratadas em autoclave, para agricultura, linhas de eletricidade e telecomunicação, para depois alargar-se a produtos como parques infantis, mobiliário em madeira rústico e urbano e ainda decks em madeira. Mais recentemente, a engenharia com base nas estruturas de madeira lamelada colada e maciça permitiu ampliar a oferta a casas para habitação, escritórios, grandes estruturas de cobertura, pontes e uma infindável oferta de soluções em madeira.

Em outubro de 2017, a Carmo Wood teve o maior revés da sua história: o fogo que fustigou Oliveira de Frades (local onde estava sedeada a maior e mais moderna fábrica da Carmo) devorou os 120 mil metros quadrados do lote industrial que acolhia os cinco pavilhões industriais e um edifício de escritórios, máquinas, mercadorias, produtos, tudo sem exceção.

A Carmo Wood conta atualmente com cerca de 350 trabalhadores, diretos e indiretos, e uma faturação global que na ordem dos 80 milhões de euros.

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