O tribunal de Maputo aplicou prisão preventiva ao empresário Hussen Gulam Mahomed, detido este mês no aeroporto da capital moçambicana, um dos arguidos no megaprocesso de branqueamento de capitais e que tem um irmão detido nos Estados Unidos.
Fonte ligada ao processo disse hoje à Lusa que Hussen Gulam Mahomed foi detido à chegada dos Emirados Árabes Unidos em 11 de julho, para onde tinha fugido, sendo arguido no processo 3/GCCCOT/22, no âmbito da operação “stop branqueamento de capitais” do Gabinete Central de Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional do Ministério Público (MP) moçambicano.
Foi ouvido nos dias seguintes por um juiz da Instrução Criminal no Tribunal da Cidade de Maputo, que lhe aplicou, como medida de coação, a prisão preventiva.
o empresário está indiciado da prática dos crimes de falsificação de documentos, fraude fiscal, associação criminosa e branqueamento de capitais.
Além de ter criado sociedades comerciais de “fachada” em Moçambique, Hussen Gulam Mahomed é suspeito de ter usado contas bancárias das mesmas sociedades comerciais para transferir aos paraísos fiscais avultadas quantias, alegando “compra de bens para importação que nunca deram entrada” no país.
A mesma fonte acrescenta que o arguido “sempre contou com auxílio de despachantes aduaneiros, advogados e alguns técnicos dos bancos comerciais na falsificação de documentos e consequente exportação de capitais”.
Hussen Gulam é irmão do Norolamin Gulam, detido nos Estados Unidos da América por suspeita de tráfico internacional de droga, também arguido no mesmo processo, 3/GCCCOT/22, em Moçambique.
Neste processo são ainda arguidos outros dois irmãos, recentemente libertados pelo Tribunal da Cidade de Maputo, bem como despachantes aduaneiros e alguns técnicos bancários, entre mais de 40 indivíduos, além das próprias sociedades comerciais de fachada, num total de 62 entidades.
A fonte descreveu que Hussen Gulam, tal como seus irmãos, “era peça chave nas ações de branqueamento de capitais, tendo como resultado dos crimes cometidos, construído impérios em Nacala, Nampula e Maputo (…) através de empresas de fachada, criadas com o objetivo de exportação de capitais”.
O MP, segundo a mesma fonte, suspeita que Hussen Gulam e os irmãos usavam terceiras pessoas, incluindo empregados, para em seu nome constituírem empresas, numa ação que “provocou prejuízos ao Estado moçambicano”, desde logo por evasão fiscal.
Decorrente das diligências levadas nesta operação em curso, já foram apreendidos 32 imóveis, viaturas de luxo e valores monetários que estavam na posse dos arguidos.
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