O CEO da IBM Portugal, Ricardo Martinho, alertou hoje para a necessidade de as empresas começarem a trabalhar desde já na segurança dos seus sistemas face à computação quântica, uma tecnologia poderosa que permitirá “quebrar mais rapidamente todos os sistemas de encriptação que conhecemos”.
“Tal como todas as novas tecnologias é preciso falar da segurança. As empresas têm de começar a trabalhar em sistemas ‘quantum safe’”, disse Ricardo Martinho na abertura da Cimeira de Tecnologia da IBM, organizada pela sucursal portuguesa da gigante tecnológica em Lisboa.
O CEO da IBM Portugal classificou a computação quântica como um “novo paradigma da computação que vai mudar as nossas vidas, já que com ela vamos resolver alguns dos problemas que não conseguimos resolver com a computação tradicional”.
“Não é ficção científica. É uma realidade. A IBM tem mais de de 20 destes computadores em Poughkeepsie, integrada numa rede com outros 140 parceiros e 400 mil utilizadores. Nestes computadores fazemos simulação da natureza, manipulação molecular ou perceber como funcionam as baterias para aumentar a sua durabilidade. É uma tecnologia que vai dar muito que falar”, sublinhou.
Paralelamente à computação quântica, a IBM lançou em junho a sua plataforma de Inteligência Artificial Watson X, que funciona de forma dirigida às empresas. Porquê? Porque utiliza dados certificados pela própria empresa e, ao acrescentar os dados da empresa que a usa, esses dados não são tornados públicos.
“A uso da AI para empresas é completamente diferente do que para o consumidor comum. Quando a IBM anunciou o lançamento da Watson X a ideia é que as empresas possam trabalhar utilizando informação credível, fidedigna e utilizando os dados próprios da empresa, mas mantendo a privacidade desses dados na empresa”.
Além disso, salientou, dentro da Watson X o trabalho que as empresas fazem incluem “todos os componentes de governance associados aos dados”. Ou seja, é possível que as empresas consigam ver a auditoria aos dados que estão a ser utilizados e disponibilizados.
Ricardo Martinho sublinhou ainda o impacto que a componente de Inteligência Artificial está a ter na própria IBM, que apresentou resultados na noite de quarta-feira.
“Acabamos de apresentar os nossos resultados. Nesta área (IA) tivemos 8 por cento de crescimento face ao trimestre anterior”, revelou.
A IBM vai lançar nos próximos meses “dezenas de modelos fundacionais”, disponíveis num repositório chamado “Blue Pile”, que as empresas poderão adquirir para os seus projetos de Inteligência Artificial. A novidade foi avançada por Nuno Maximiano, Data & AI Sales Manager da sucursal portuguesa da tecnológica.
O mesmo responsável deixou um conjunto de conselhos às empresas interessadas em ganhar ascendente na adoção da IA.
“Para terem sucesso com a IA empresarial, as empresas devem ser criadoras de IA, ou seja criadoras de valor; devem apostar nas comunidades abertas, mas também procurar e testar modelos eficientes. Por outro lado devem levar as plataformas para onde seja preciso e, por último, devem preparar-se para as regulamentações”.
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