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Covid-19: Empresas têxteis querem condições vantajosas para aplicar ‘lay-off’

A ATP sublinha ao JE que “caso as empresas venham a necessitar de aplicar o regime legal de layoff, o mesmo tenha condições mais vantajosas para as empresas, tendo em conta a situação extraordinária em que será aplicado”.
11 Março 2020, 08h15

A Associação Têxtil de Portugal (ATP) está preocupada com o impacto da pandemia de Covid-19 que, entre outras áreas da economia, está a afetar a cadeia de fornecimento de tecidos. Antecipa-se a falta de matérias-primas, acessórios e materiais auxiliares. Em defesa das empresas do setor, e de acordo com declarações prestadas ao “Jornal Económico”, a ATP já reuniu com o governo no sentido de melhorar o atual regime de layoff para as empresas que necessitem de o aplicar.

A maior preocupação para o setor têxtil português prende-se com a dependência de matérias-primas importadas, na sua maioria, de países asiáticos. A ATP explica ao “Jornal Económico” que “esta situação irá originar atrasos nas encomendas e poderá, em função do tempo que demorar a ultrapassar a situação, levar a não se concretizarem algumas encomendas, com impacto ao nível do volume de negócios e exportação”.

Depois de reunirem com o governo, em concreto com o ministro da Economia, a prioridade para a associação que representa as empresas do setor têxtil em Portugal, sublinhou que é necessário melhorar o regime de layoff: “já transmitimos ao ministro da Economia as nossas preocupações, tendo pedido que, caso as empresas venham a necessitar de aplicar o regime legal de layoff, o mesmo tenha condições mais vantajosas para as empresas, tendo em conta a situação extraordinária em que será aplicado.” Acrescenta ainda que “poderá ainda ser útil a criação de linhas de crédito para empresas que apresentem dificuldades de tesouraria derivadas deste contexto”.

Do ponto de vista dos recursos humanos, a ATP admite que “tendo em conta que já temos casos de contaminação em Portugal, é possível que alguns trabalhadores venham a ser contaminados e, em função da proporção, poderemos assistir a suspensões parciais ou totais da laboração, naturalmente com impacto para o volume de negócios e exportação”.

A ATP mantém-se atenta aos desenvolvimentos do Covid-19, ao mesmo tempo que tenta manter a operacionalidade das empresas portuguesas do setor. Devido ao reduzido número de casos em Portugal, a principal preocupação da ATP centra-se no que vai acontecendo lá fora, com especial atenção aos desenvolvimentos na China.

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