O risco de volatilidade geopolítica integra pela primeira vez em quase duas décadas de história do estudo, o top 10 dos principais riscos para as empresas portuguesas, alcançando a sexta posição no ranking, de acordo com as conclusões do Global Risk Management Survey realizado pela Aon, empresa de serviços nas áreas de risco, reforma, saúde e pessoas. Os resultados revelam que a volatilidade geopolítica teve um aumento significativo, “o que reflete a crescente instabilidade entre as regiões, com implicações para as cadeias de abastecimento e de distribuição, os ambientes regulatórios e o desempenho financeiro em todo o mundo”, refere comunicado da consultora.
O risco geopolítico estreia-se como prioridade corporativa, com a volatilidade e a incerteza a dominarem a forma como as organizações percecionam o risco. Também o risco de abrandamento económico/recuperação lenta integra, pela primeira vez, os 10 principais riscos para as empresas nacionais, comparando com a edição anterior do estudo, realizada em 2023. Estes riscos afetam diretamente a capacidade das empresas de crescer, de investir e de inovar refletindo mudanças profundas na dinâmica dos mercados.
Carlos Freire, CEO da Aon Portugal, afirma, citado pelo comunicado, que “vivemos uma nova era marcada por disrupções constantes, onde as empresas operam num mercado global cada vez mais volátil, complexo e interdependente. Neste contexto, os riscos geopolíticos, tecnológicos e regulatórios estão cada vez mais interligados, com implicações profundas para a estratégia empresarial”.
O risco cibernético continua a ser a principal preocupação das empresas, e não apenas das portuguesas, mas também a nível global, mantendo-se na primeira posição do ranking. À medida que o mundo se torna mais conectado e a crescente digitalização expõe as empresas a riscos tecnológicos acentuam-se os ataques cibernéticos e episódios de violação de dados em todo o mundo que exigem uma abordagem integrada na gestão eficaz dos riscos.
Também as questões relacionadas com o capital humano, um dos ativos mais vulneráveis para as organizações, continuam a ter um grande destaque na análise dos gestores portugueses. A dificuldade na captação ou retenção de talento (5ª posição) e a carência de mão-de-obra (9ª posição) integram o top 10 dos riscos para as empresas portuguesas em 2025.
Da análise realizada a nível global, o Global Risk Management Survey revela que os riscos de ataques informáticos/fuga de dados, interrupção de negócio e abrandamento económico/recuperação lenta continuam a ser os principais riscos, ocupando as três primeiras posições, quando comparados com os dados do estudo de 2023.
O estudo faz uma previsão do que será o cenário de risco daqui a três e, pela primeira vez, a Inteligência Artificial (IA) surge entre os cinco riscos futuros mais críticos para as empresas nacionais. Apesar das oportunidades que a IA traz para as organizações, os gestores portugueses estão conscientes que irá transformar o panorama em todos os setores de atividade, introduzindo novos desafios éticos, jurídicos e operacionais, alterando a gravidade e a velocidade de mudança de riscos existentes.
A previsão para daqui a três anos para as empresas portuguesas indica que o risco de ataques informáticos / fuga de dados se manterá no topo do ranking, com os riscos de volatilidade geopolítica, inteligência artificial, alterações legislativas e regulatórias, abrandamento económico / recuperação lenta e Risco do Preço das Matérias-Primas / Escassez de Materiais a integrarem o top 5.
Carlos Freire, CEO da Aon, conclui: “Os novos cenários de eventos, associados aos conflitos e às mudanças geopolíticas, trouxeram desafios que mudaram o perfil de risco e, num contexto de volatilidade e disrupção constante, os gestores precisam de insights e análises robustas para tomar decisões informadas e proteger o crescimento futuro. Cada vez mais, os vários riscos estão interligados entre si, o que reforça a ideia de que as organizações que prosperam são as que tratam o risco como uma vantagem estratégica e constroem resiliência em todas as funções. As organizações estão atentas e a reconhecer que a gestão de risco é um ativo estratégico”.
Realizado de dois em dois anos desde 2007, o Global Risk Management Survey da Aon fornece dados e insights para permitir uma melhor tomada de decisão em torno do risco num ambiente de negócios cada vez mais volátil e complexo. A edição deste ano reuniu cerca de três mil inquiridos em 63 países e 16 setores de atividade para identificar os principais riscos e desafios que os gestores enfrentam nas suas organizações.
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