Profissionais e empresas reinventam-se nesta fase de retoma, sendo já claro que aqueles que conseguirem positivamente dar resposta a novos desafios trazidos pela pandemia, serão aqueles que mais benefícios tirarão no futuro. A necessidade de mudança era um tema premente e constante em vários círculos de discussão, desde há décadas: o ambiente, a economia, o trabalho e até o ensino registavam cada vez mais pressão para se adaptarem a novas necessidades, exigências e até estilos de vida.

A pandemia só veio acelerar e materializar ambientes VUCA (siga inglesa referente a Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade), naturalmente acompanhados por diferentes ambições, atitudes e comportamentos. Acelerou, pois, a adoção de posturas mais ativas de empresas e pessoas, na resposta a duas tendências que há muito ganhavam terreno: a globalização, no sentido de escala da esfera de atuação, e digitalização. E será todo este quadro que norteia os empregadores na procura de competências.

O ensino, enquanto “fornecedor” destas competências para o mercado e seus players, tem de se ajustar e procurar servir os seus stakeholders, de acordo com o que eles precisam, procuram e valorizam. Assim, modelos de ensino/aprendizagem de séculos perdem terreno para aqueles mais ágeis, flexíveis e permeáveis às mudanças de toda a sociedade. Para além da sua função/missão educativa, a universidade tem, cada vez mais, de enquadrar a responsabilidade de ser polo e fonte de formação para a vida, e para dar resposta ao que esperam dela: conhecimento, competência e realização.

Com todos os impactos trazidos pela pandemia, o ensino (assim como outros sectores de atividade) teria dois caminhos: seguir o seu caminho de há séculos, ou colocar definitivamente o seu estudante no centro de tudo o que se pensa e faz, e apostar em modelos formativos mais flexíveis e ajustados aos tempos que se vivem. Os benefícios do Hyflex evidenciam-se dado que é um ensino:

  • Mais personalizado, em que cada um possa ver as suas necessidades e expectativas mais atendidas;
  • Mais integrativo, em que cada disciplina não seja hermética ao que se “passa” nas outras, na prática e no mundo em geral;
  • Mais interdisciplinar, permitindo que o estudante perspetive “pontes” entre várias áreas científicas, e que se torne mais ágil em pensamento e ação;
  • Mais experiencial, sabendo que a essa condição facilita a aprendizagem, mas também a capacidade de enfrentar novos desafios;
  • Mais digital e suportado em tecnologia, porque o mundo está rapidamente a digitalizar-se e as novas gerações vivem este contexto no dia a dia.

A inovação no ensino passa, assim, para além da inovação curricular, por modelos centrados no aluno, mais híbridos (no sentido da articulação entre presencial e distância) onde o digital ganha espaço, e mais experienciais. O “Ensino HyFlex” precisa-se.