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Ensino superior já domina tanto na população ativa como entre os profissionais empregados

Randstad Portugal analisa os dados do INE do terceiro trimestre do ano e destaca a consolidação da tendência: o Ensino superior representa já 34,5% de todos os ativos e os profissionais empregados lideram as taxas de participação no mercado de trabalho, com uma fatia de 35,9%.
9 Dezembro 2025, 15h01

Portugal atinge novos máximos históricos na população ativa e no emprego, o que sinaliza mudança no mercado de emprego.

“Os dados do terceiro trimestre de 2025 revelam uma transformação estrutural: o mercado de trabalho português está hoje mais qualificado do que nunca, com o Ensino Superior a liderar tanto na atividade como no emprego”, afirma Isabel Roseiro, diretora de Marketing da Randstad.

Segundo o INE, o Ensino Superior tornou-se o nível de escolaridade mais representado tanto na população ativa (34,5%) como entre os profissionais empregados (35,9%), liderando igualmente as taxas de participação no mercado de trabalho.

Numa análise que tem por base o Inquérito ao Emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE), a Randstad destaca o aumento de 80,9 mil pessoas na população ativa, que atinge os 5,658 milhões e bate um novo máximo histórico. Em termos homólogos, a população ativa cresce 3,3% e a taxa de atividade atinge 61,4%, mais 0,7 pontos percentuais (p.p.) face ao trimestre anterior.

Também a população empregada atinge o valor mais elevado de sempre: 5,332 milhões de pessoas, tendo crescido 83,8 mil no último trimestre. Com 35,9% dos profissionais empregados detentores de estudos superiores, este grupo tornou-se o mais representado no emprego e aquele com maior taxa de emprego (79,1%).

“A crescente qualificação da população ativa é já uma tendência consolidada, com o ensino superior a representar 34,5% de todos os ativos e regista a taxa de atividade mais elevada (83,1%)”, salienta a Randstad Portugal.

“Este contexto, marcado também por máximos históricos de participação laboral, coloca novos desafios às organizações: a necessidade de reter talento altamente qualificado, ajustar modelos de trabalho mais flexíveis, aumentar a produtividade e garantir que as competências acompanham a evolução tecnológica e digital. A capacidade de alinhar estas exigências será determinante para a competitividade das empresas e para a sustentabilidade do mercado de trabalho português”, explica Isabel Roseiro.

A Randstad refere também que a “evolução das qualificações acontece num contexto empresarial igualmente favorável” e cita dados do INE, Banco de Portugal e DGPJ: até setembro de 2025, foram constituídas 39.242 empresas e dissolvidas 9.464, traduzindo um saldo empresarial claramente positivo e um ambiente mais favorável ao investimento e ao empreendedorismo.

 

Outros dados 

Entre os trabalhadores por conta de outrem (4,52 milhões), 84,9% têm contrato sem termo, e a taxa de emprego temporário fixou-se em 15,1%, menos 0,5 p.p. face ao trimestre anterior.

No setor público, o emprego fixou-se em 759.402 profissionais, mais 13.137 em termos homólogos (+1,8%). A administração central continua a concentrar a maior fatia do emprego público (74,4%), sendo que 92,7% dos trabalhadores exercem funções no continente.

A população desempregada diminuiu 2,9 mil pessoas, para 326,6 mil, traduzindo uma redução homóloga de 2,4%. A taxa de desemprego estabilizou nos 5,8%.

De acordo com os dados da Segurança Social e do Ministério do Trabalho, o valor médio das remunerações em agosto de 2025 foi de 1.568,97 euros, refletindo uma variação homóloga de +4,7%. Lisboa apresentou a remuneração média mais elevada (1.745,86 euros).

 

Teletrabalho diminui no terceiro trimestre de 2025

Entre julho e setembro, o teletrabalho diminuiu. Menos 59,4 mil profissionais trabalharam a partir de casa, total ou parcialmente, reduzindo o total para 1,04 milhões de pessoas – 19,4% da população empregada. Lisboa e a Península de Setúbal continuam as únicas regiões acima da média nacional neste indicador. Entre os profissionais que recorreram ao teletrabalho, 38,5% adotaram um modelo híbrido, 26% trabalharam sempre a partir de casa e 15,2% exerceram essa modalidade apenas pontualmente.


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